Em Lingua(gem) e Linguística¹, John Lyons apresenta algumas críticas à comparação que Saussure faz da língua com uma partida de xadrez. Saussure utiliza tal metáfora para exemplificar uma descrição sincrônica da língua. Segundo ele, o estado do jogo pode ser descrito a qualquer momento quanto à posição em que as peças ocupam, sem que seja preciso saber o que ocorreu antes e o que ocorrerá depois. Assim, mesmo que o tabuleiro esteja em constante modificação, os estados sucessivos de uma partida podem ser descritos sem referências externas. O mesmo ocorre com a língua.
A primeira crítica de Lyons a essa analogia é o fato de um jogo de xadrez ter começo e fim bem delimitado, enquanto que as línguas não. Uma palavra deriva de outra anterior, que deriva de outra antes dela e assim sucessivamente sem que se possa alcançar claramente sua origem - e é por isso que os etimólogos hoje não se ocupam de investigar as origens de um vocábulo, mas apenas afirmar que a forma e o significado do ancestral mais antigo é tal. Também não se pode saber com clareza o momento em que uma língua "morre", a não ser quando isso ocorre abruptamente como com a morte de seu último falante.
Outra crítica diz respeito ao fato do xadrez possuir regras explicitamente formuladas e, assim, os jogadores, dentro desses limites, podem determinar o curso da partida. O mesmo não ocorre com a língua, pois não há uma direção preestabelecida no desenvolvimento diacrônico das línguas.
Apesar de pertinentes, devemos fazer uma resalva a essas críticas. Conforme Chaud (2013) muito bem coloca, Saussure se utiliza dessa metáfora com finalidades didáticas e, como tal recurso, não deve ser tomado ao pé da letra. A metafora deve ser tomada como um recurso para estabelecer identidade, se aplicando somente a algumas características (ORTONY, 1975 apud CHAUD, 2013). Seria plausível se a crítica fosse na essência da comparação, ou seja, na visualização do diacrônico e do sincrônico, o que de fato não ocorre.
¹ Lyons, J. Lingua(gem) e Lingüística: Uma Introdução. Rio de Janeiro:
Zahar Editores, 1982.
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
domingo, 15 de setembro de 2013
Sincronia e Diacronia
A relação entre sincronia e diacronia é uma dualidade interna da linguagem (langue e parole), pois esta comporta as duas dicotomicamente, porém o observador deve escolher um dos pontos de vista para estudo.
Sincronia diz respeito à relação entre fatos coexistentes num sistema linguístico, tal como eles se apresentam em um estado de língua ("na prática, um estado de língua não é uma ponto, mas um espaço de tempo, mais ou menos longo, durante o qual a soma de modificações ocorridas é mínima" - p. 117, CLG).
Essa é a abordagem escolhida por Saussure, pois o falante relaciona-se com a língua sincronicamente, ou seja, ele não precisa estudar as evoluções que sofreram os signos durante o tempo para conseguir utiliza-los em seus enunciados.
Essa é, também, a abordagem que deve ser considerada para descrever uma língua, pois se isolarmos os signos para estudarmos suas evoluções não conseguiremos analisar o sistema, ou seja, todos os signos se relacionando.
Já a diacronia estuda um elemento ao longo de um determinado período de tempo, vendo sua evolução, seus deslocamentos. Se adotarmos esse tipo de estudo, estaremos fazendo um estudo etimológico, histórico, pois, ao recortar um elemento e analisar sua evolução não é possível descrever o sistema da língua.
Ainda assim, as formas que estão se desenvolvendo/modificando podem coexistir, pois "um fato diacrônico é um acontecimento que tem sua razão de ser em si mesmo, as consequências sincrônicas particulares que dele podem derivar são-lhe totalmente estranhas (p.100, CLG).
Essa relação dicotômica se dá justamente porque a língua em sua essência comporta a sincronia como a diacronia também inter-relacionados, pois é um sistema no qual os signos dependem um dos outros, mas estes também estão a todo momento sofrendo deslocamentos, evoluindo.
Além disso, quando um signo se altera (fatos diacrônicos) ele modifica todo o sistema da língua naquele determinado momento (fatos sincrônicos). Porém, o sistema nunca se modifica diretamente, em si mesmo é imutável, apenas alguns elementos são alterados sem atenção À solidariedade que o liga ao todo.
Como consequência da confusão entre sincrônico e diacrônico, dois casos podem se apresentar:
1) uma das verdades não exclui a outra
2) a verdade sincrônica concorda de tal modo com a verdade diacrônica que se costuma confundi-las ou
julgar supérfluas desdobrá-las
Resumindo:
Sincronia diz respeito à relação entre fatos coexistentes num sistema linguístico, tal como eles se apresentam em um estado de língua ("na prática, um estado de língua não é uma ponto, mas um espaço de tempo, mais ou menos longo, durante o qual a soma de modificações ocorridas é mínima" - p. 117, CLG).
Essa é a abordagem escolhida por Saussure, pois o falante relaciona-se com a língua sincronicamente, ou seja, ele não precisa estudar as evoluções que sofreram os signos durante o tempo para conseguir utiliza-los em seus enunciados.
Essa é, também, a abordagem que deve ser considerada para descrever uma língua, pois se isolarmos os signos para estudarmos suas evoluções não conseguiremos analisar o sistema, ou seja, todos os signos se relacionando.
Já a diacronia estuda um elemento ao longo de um determinado período de tempo, vendo sua evolução, seus deslocamentos. Se adotarmos esse tipo de estudo, estaremos fazendo um estudo etimológico, histórico, pois, ao recortar um elemento e analisar sua evolução não é possível descrever o sistema da língua.
Ainda assim, as formas que estão se desenvolvendo/modificando podem coexistir, pois "um fato diacrônico é um acontecimento que tem sua razão de ser em si mesmo, as consequências sincrônicas particulares que dele podem derivar são-lhe totalmente estranhas (p.100, CLG).
Essa relação dicotômica se dá justamente porque a língua em sua essência comporta a sincronia como a diacronia também inter-relacionados, pois é um sistema no qual os signos dependem um dos outros, mas estes também estão a todo momento sofrendo deslocamentos, evoluindo.
Além disso, quando um signo se altera (fatos diacrônicos) ele modifica todo o sistema da língua naquele determinado momento (fatos sincrônicos). Porém, o sistema nunca se modifica diretamente, em si mesmo é imutável, apenas alguns elementos são alterados sem atenção À solidariedade que o liga ao todo.
Como consequência da confusão entre sincrônico e diacrônico, dois casos podem se apresentar:
1) uma das verdades não exclui a outra
2) a verdade sincrônica concorda de tal modo com a verdade diacrônica que se costuma confundi-las ou
julgar supérfluas desdobrá-las
Resumindo:
"A linguística sincrônica se ocupará das relações lógicas e psicológicas que unem os termos coexistentes e que formam sistema, tais como são percebidos pela consciência coletiva. A linguística diacrônica estudará, ao contrário, as relações que unem termos sucessivos não percebidos por uma mesma consciência coletiva e que se substituem uns aos outros sem formar sistema entre si" (p.116 , CLG)
sábado, 14 de setembro de 2013
As dicotomias de Saussure
Ferdinand de Saussure foi o primeiro a olhar para língua como um objeto em si a ser estudo e, portanto, tomar a linguística como uma ciência autônoma sendo considerado, assim, o pai da Lingusitica moderna. Seus estudos foram copilados por seus alunos no famoso Curso de Linguística Geral (CLG) e deram origem ao estruturalismo.
Para a construção dessa ciência, quatro dicotomias* foram fundamentais:
Sincronia e Diacronia
A sincronia diz respeito à relação entre fatos coexistentes em um sistema linguístico, tal como ele está em determinado momento. Já a diacronia estuda um elemento ao longo de um determinado período de tempo, observando sua evolução. Essa primeira grande dicotomia tem a maior importância, pois separa os fatores internos de um sistema (sincronia) dos fatores externos, históricos-sociais que condicionam esse sistema (diacronia. Saussure opta pelo estudo sincrônico, em oposição à linguística histórica-comparativa, investigando de que maneira todas as formas e sentidos estão inter-relacionados num determinado sistema linguístico, em determinado ponto no tempo. Entretanto, ele não estava com isso negando a validade da explicação histórica, mas sim que eram complementares e que a diacrônia era dependnete da sincronia, do ponto de vista lógico.
Langue e Parole
A langue (língua) é o sistema (entidade abstrata) da língua, isto é, o conjunto de todas as regras que determinam o emprego de sons, das formas e relações sintáticas necessárias para a produção dos significados. Já a parole (fala) é uma parcela concreta e individual da langue que é colocada em ação por um indivíduo em uma situação comunicativa, em outras palavras, são os possíveis usos do sistema. Sendo assim, a langue é condição necessária para a existência da parole.
Significante e Significado
Essa dicotomia leva à definição de signo linguístico:
"o signo linguístico une não uma coisa a uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica."
O termo signo poderia ser confundido como apenas a imagem acústica, assim, os termos conceito e imagem acústica foram substituídos:
conceito --> significado
imagem acústica --> significante
A indissolubilidade de significante e significa pode ser comparada a uma folha de papel: se cortarmos essa folha é impossivel recortar uma face sem recortar simultaneamente a outra. Além disso, Segundo Saussure, os dois componentes não devem sua existência a nenhum fator externo à língua, mas tão somente ao fato de que estão em oposição a todos os demais signifcados e significantes previstos pela língua (contrariando a ideia de que as palavras nomeiam seres cuja existência precede a língua e cujas propriedades são determinadas independentemente dela).
Sintagma e Paradigma
O sintagma diz respeito aos termos que estabelecem entre si relações lineares, que exclui a possibilidade de pronunciar dois elementos ao mesmo tempo. Já o paradigma é uma classe de elementos que podem ser colocados no mesmo ponto de uma oração, ou seja, são substituíveis.
Assim, temos em:
"menino", "chutou" e "bola" ocorrendo sintagmaticamente, pois são encadeamos (ligados) linearmente e possuem dependência entre si. Ainda assim poderíamos substituir "menino" por "criança", "moleque", "garoto", entre outros, ocorrendo esses últimos paradigmaticamente (pois podem ser substituíveis no mesmo ponta da linearidade).
_________________________________
*dicotomia pode ser entendida como a divisão de um mesmo objeto em duas partes, em geral contraditórias, mas que se completam e, por tanto, não podem existir uma sem a outra.
REFERÊNCIAS
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Lingüística Geral. 30ª Edição. São Paulo: Cultrix, 2002.
LOPES, Edward. Fundamentos da linguística contemporânea. São Paulo: Cultrix.
Para a construção dessa ciência, quatro dicotomias* foram fundamentais:
Sincronia e Diacronia
A sincronia diz respeito à relação entre fatos coexistentes em um sistema linguístico, tal como ele está em determinado momento. Já a diacronia estuda um elemento ao longo de um determinado período de tempo, observando sua evolução. Essa primeira grande dicotomia tem a maior importância, pois separa os fatores internos de um sistema (sincronia) dos fatores externos, históricos-sociais que condicionam esse sistema (diacronia. Saussure opta pelo estudo sincrônico, em oposição à linguística histórica-comparativa, investigando de que maneira todas as formas e sentidos estão inter-relacionados num determinado sistema linguístico, em determinado ponto no tempo. Entretanto, ele não estava com isso negando a validade da explicação histórica, mas sim que eram complementares e que a diacrônia era dependnete da sincronia, do ponto de vista lógico.
Langue e Parole
A langue (língua) é o sistema (entidade abstrata) da língua, isto é, o conjunto de todas as regras que determinam o emprego de sons, das formas e relações sintáticas necessárias para a produção dos significados. Já a parole (fala) é uma parcela concreta e individual da langue que é colocada em ação por um indivíduo em uma situação comunicativa, em outras palavras, são os possíveis usos do sistema. Sendo assim, a langue é condição necessária para a existência da parole.
Significante e Significado
Essa dicotomia leva à definição de signo linguístico:
"o signo linguístico une não uma coisa a uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica."
O termo signo poderia ser confundido como apenas a imagem acústica, assim, os termos conceito e imagem acústica foram substituídos:
conceito --> significado
imagem acústica --> significante
A indissolubilidade de significante e significa pode ser comparada a uma folha de papel: se cortarmos essa folha é impossivel recortar uma face sem recortar simultaneamente a outra. Além disso, Segundo Saussure, os dois componentes não devem sua existência a nenhum fator externo à língua, mas tão somente ao fato de que estão em oposição a todos os demais signifcados e significantes previstos pela língua (contrariando a ideia de que as palavras nomeiam seres cuja existência precede a língua e cujas propriedades são determinadas independentemente dela).
Sintagma e Paradigma
O sintagma diz respeito aos termos que estabelecem entre si relações lineares, que exclui a possibilidade de pronunciar dois elementos ao mesmo tempo. Já o paradigma é uma classe de elementos que podem ser colocados no mesmo ponto de uma oração, ou seja, são substituíveis.
Assim, temos em:
O menino chutou a bola
"menino", "chutou" e "bola" ocorrendo sintagmaticamente, pois são encadeamos (ligados) linearmente e possuem dependência entre si. Ainda assim poderíamos substituir "menino" por "criança", "moleque", "garoto", entre outros, ocorrendo esses últimos paradigmaticamente (pois podem ser substituíveis no mesmo ponta da linearidade).
_________________________________
*dicotomia pode ser entendida como a divisão de um mesmo objeto em duas partes, em geral contraditórias, mas que se completam e, por tanto, não podem existir uma sem a outra.
REFERÊNCIAS
SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Lingüística Geral. 30ª Edição. São Paulo: Cultrix, 2002.
LOPES, Edward. Fundamentos da linguística contemporânea. São Paulo: Cultrix.
domingo, 10 de junho de 2012
A Teoria Ator-Rede (TAR)
A ATR enfatiza a idéia de que atores, humanos e não humanos, estão constantemente ligados a uma rede social de elementos (materiais e imateriais), destacando que rede não está no sentido técnico (eletricidade, trens, internet..) nem no sentido utilizado na sociologia das organizações para introduzir as diferenças entre organizações, mercados, estados. A concepção de rede aqui implica
conceitos-chave tais como sociologia das associações em oposição às
sociologias do social, actante em oposição a ator e, sobretudo, em lugar
de mero intermediário, o conceito especializado de mediador que só se
faz entender à luz do significado específico que a palavra “tradução”
recebe na TAR.
Para isso, comecemos com a diferenciação dos dois conjuntos de práticas:
Práticas de purificação
Criam zonas distintas (por isso, podemos associa-las ao modelo discreto):
humanos (sociedade), não humanos (natureza) e extra-humanos (extra-social, extra-cultural).
Assim, separam em tantos segmentos quanto forem as disciplinas puras.
Práticas de tradução
Criam repositórios de fatos aparentemente objetivos e distintos e fazem proliferar híbridos de natureza e cultura, misturas (e por isso, podemos associa-las ao modelo contínuo) complexas que apenas uma topologia de redes pode capturar, em contraste com a topologia de superficies/ áreas adotadas pelas práticas de purificação.
"A ligação entre esses dois tipos de práticas estaria no cerne do que o autor chama de "a constituição moderna". Ser moderno é, em essência, acreditar nessa separação de propriedades, poderes e maneiras dos humanos e dos não humanos de se agruparem e de se governarem e, ao mesmo tempo, presenciar a proliferação de híbridos." (BUZATO, 2009. p.71)
A proposta de Latour funda-se no pressuposto que humanos e não-humanos são actantes definiveis relacionalmente, a partir das maneiras como agem/ resistem nessas redes de práticas.
b) não se sustenta porque "global e local são sítios que não existem", "utopias encantadas", impossível de localizar no mapa: "nenhum lugar é suficientemente dominante para ser global, nem suficientemente autocontido para ser local"
- Rede heterogêneas -
"As redes são compostas não apenas por pessoas, mas também por máquinas, animais, textos, dinheiro, arquiteturas – enfim quaisquer materiais. Portanto o argumento é que o que compõe o social não é simplesmente humano. O social é composto por todos esses materiais também. Na verdade, o argumento é que nós não teríamos uma sociedade, de modo algum, se não fosse pela heterogeneidade das redes do social.
[...]O argumento é que essas várias redes participam do social. Elas o moldam. [...]
Se os seres humanos formam uma rede social, isto não é porque eles interagem com outros seres humanos. É porque eles interagem com seres humanos e muitos outros materiais também. E, exatamente como seres humanos têm suas preferências – eles preferem interagir de certas formas e não de outras – esses outros materiais que compõem as redes heterogêneas do social também têm suas preferências. Máquinas, arquiteturas, roupas, textos – todos contribuem para o ordenamento do social. E – esse é o meu ponto – se esses materiais desaparecessem também desapareceria o que às vezes chamamos de ordem social. A teoria ator-rede diz, então, que ordem é um efeito gerado por meios heterogêneos."
(John Law)
Templates ou localizadores
Os eventos locais são pré-formatados por templates ou localizadores que contextualizam a ação. Mas eles projetam apenas um sujeito/individuo genérico. Um manual de montagem de uma máquina, por exemplo, são projetados para "alguém como eu", mas não projetadas "para mim". Há, portanto, uma lacuna a ser preenchida "entre os atores genéricos, pré-formatados por esses movimentos e o curso da ação realizada por participantes totalmente individualizados." (LATOUR, 2005, p.205)
Para preencher essa lacuna, é necessário que os atores tenham uma certa competência a qual ou se nasce com ela (humano) ou se é moldado nela (por força da estrutura social). A TAR coloca essa competência como um conjunto de subjetificadores (marca que identifica o sujeito), individualizadores ou persolanizadores que acumulamos enquanto ator-rede. Ou seja, não há subjetividade no interior do sujeito: há plug-ins aos quais podemos nos utilizar para preencher essa lacuna. O fato é que, do ponto de vista da TAR, nada há em nossa interioridade que não nos tenha sido dado.
Para isso, comecemos com a diferenciação dos dois conjuntos de práticas:
Práticas de purificação
Criam zonas distintas (por isso, podemos associa-las ao modelo discreto):
humanos (sociedade), não humanos (natureza) e extra-humanos (extra-social, extra-cultural).
Assim, separam em tantos segmentos quanto forem as disciplinas puras.
Práticas de tradução
Criam repositórios de fatos aparentemente objetivos e distintos e fazem proliferar híbridos de natureza e cultura, misturas (e por isso, podemos associa-las ao modelo contínuo) complexas que apenas uma topologia de redes pode capturar, em contraste com a topologia de superficies/ áreas adotadas pelas práticas de purificação.
"A ligação entre esses dois tipos de práticas estaria no cerne do que o autor chama de "a constituição moderna". Ser moderno é, em essência, acreditar nessa separação de propriedades, poderes e maneiras dos humanos e dos não humanos de se agruparem e de se governarem e, ao mesmo tempo, presenciar a proliferação de híbridos." (BUZATO, 2009. p.71)
A proposta de Latour funda-se no pressuposto que humanos e não-humanos são actantes definiveis relacionalmente, a partir das maneiras como agem/ resistem nessas redes de práticas.
"Uma das
afirmações mais contundentes da teoria ator-rede, especialmente
reiterada por Bruno Latour, é a de que o social não existe.[...]. O “social”
não é o que explica, diz a teoria ator-rede, mas o que merece ser
explicado."
Regra metodológica da TAR:
"estudamos ciência em ação, e não a ciência ou a tecnologia pronta; para isso, ou chegamos antes que fatos e máquinas se tenham transformados em caixas-pretas, ou acompanhamos as controvérsias que as lembrem" (latour, 2000, P.412)
Postulado central da TAR:
"a ação é emprestada, distribuída, sugerida, influenciada, dominada, traída, traduzida" (LATOUR, 2005, p. 46)
Pressupostos contestados pela TAR:
a) O contexto funcionaria como um contêiner pré-existente à própria prática letrada
b) Seria possível isolar as ações que tentavamos interpretar em dois compartimentos isolados, o global e o local
Para a TAR...
a) inválido, pois "movimento e deslocamento vêm primeiro, lugares e formas, depois"b) não se sustenta porque "global e local são sítios que não existem", "utopias encantadas", impossível de localizar no mapa: "nenhum lugar é suficientemente dominante para ser global, nem suficientemente autocontido para ser local"
Intermediário e mediadores:
Intermediário --> actante cujo outputs estão perfeitamente previstos pelos inputs que recebe
- um intermediário simplesmente transportam uma causa anterior, sem nada acrescentar a ela
- veicula informação sem deformação
Mediadores --> são actantes que quando acionados como veículos, fazem outras coisas que não as esperadas
- não transportam sem deformação
- de seus efeitos não se podem deduzir causas
- de seus efeitos não se podem deduzir causas
Cada mediador pode ser alistado por e/ou alistar outros atores em outras redes. Foram, assim, se configurando certos efeitos de rede que não poderiam ser deduzidos diretamente de uma causa anterior e exterior a essa concatenação.
Pressupostos da TAR:
1) Nenhuma interação é isotópica: aquilo que está agindo num mesmo momento, em qualquer lugar, vem de muitos outros lugares, de muitos materiais e atores distantes.
2) Interações não são homogênias, elas são heterogêneas.
"As redes são compostas não apenas por pessoas, mas também por máquinas, animais, textos, dinheiro, arquiteturas – enfim quaisquer materiais. Portanto o argumento é que o que compõe o social não é simplesmente humano. O social é composto por todos esses materiais também. Na verdade, o argumento é que nós não teríamos uma sociedade, de modo algum, se não fosse pela heterogeneidade das redes do social.
[...]O argumento é que essas várias redes participam do social. Elas o moldam. [...]
Se os seres humanos formam uma rede social, isto não é porque eles interagem com outros seres humanos. É porque eles interagem com seres humanos e muitos outros materiais também. E, exatamente como seres humanos têm suas preferências – eles preferem interagir de certas formas e não de outras – esses outros materiais que compõem as redes heterogêneas do social também têm suas preferências. Máquinas, arquiteturas, roupas, textos – todos contribuem para o ordenamento do social. E – esse é o meu ponto – se esses materiais desaparecessem também desapareceria o que às vezes chamamos de ordem social. A teoria ator-rede diz, então, que ordem é um efeito gerado por meios heterogêneos."
(John Law)
Templates ou localizadores
Os eventos locais são pré-formatados por templates ou localizadores que contextualizam a ação. Mas eles projetam apenas um sujeito/individuo genérico. Um manual de montagem de uma máquina, por exemplo, são projetados para "alguém como eu", mas não projetadas "para mim". Há, portanto, uma lacuna a ser preenchida "entre os atores genéricos, pré-formatados por esses movimentos e o curso da ação realizada por participantes totalmente individualizados." (LATOUR, 2005, p.205)
Para preencher essa lacuna, é necessário que os atores tenham uma certa competência a qual ou se nasce com ela (humano) ou se é moldado nela (por força da estrutura social). A TAR coloca essa competência como um conjunto de subjetificadores (marca que identifica o sujeito), individualizadores ou persolanizadores que acumulamos enquanto ator-rede. Ou seja, não há subjetividade no interior do sujeito: há plug-ins aos quais podemos nos utilizar para preencher essa lacuna. O fato é que, do ponto de vista da TAR, nada há em nossa interioridade que não nos tenha sido dado.
REFERÊNCIAS
http://dispositivodevisibilidade.blogspot.com.br/2011/11/teoria-ator-rede-e-cibercultura.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_ator-rede
http://www.necso.ufrj.br/Trads/Notas%20sobre%20a%20teoria%20Ator-Rede.htm
BUZATO, M. Letramento, novas tecnologias e a teoria ator-rede: um convite à pesquisa.
Fundamentação metodológica da ACD
A ACD propõe que cada evento discursivo seja analisado em três dimensões:
- descrição: inclui o léxico, as opções gramaticais, a coesão e a estrutura do texto
- nivel mais próximo aos significados literais
- enfatiza as implicações ideológicas
- relexicalização (p.e. o uso de danos colaterais ao invés de matar pessoas civis)
Para a análise das estruturas linguísticas, Faircloug adota noções da LSF de Halliday:
Multifuncionalidade: a lingugem é multifuncional porque realiza três tipos de significações simultaneamnete (como a formalção das cores em um arco-iris) , as que Halliday cham de metafunções da linguagem.
a) Significados ideacionais: representar a realidade de determinada maneira, refletindo/ criando determinados conhecimentos e crenças
- transitividade do verbo e seus argumentos
- quem faz/ é/ pensa diz o que em que circunstância
b) significados interpessoais: estabelecer relações sociais
- tem haver com o intersubjetivo
- modo/ jeito/ maneira que o texto se dirige (categórico, ordem, pedido...)
c) significados textuais: organizar o texto de determinada maneira, dependendo em parte do canal oral ou escrito
- distribuição de informações dentro do texto
existe uma ordem temporal?
a assunto principal vem no começo?
está distribuuido em parágrafos?
Cada um desses três tipos de siginificados é realizado por um aspecto especifico da léxico-gramática [...]. O potencial para a produção de siginificados que a linguagem oferece é chamado de potencial semântico. Dentro do potêncial semântico:
significadosideacionais: realizados pela transitividade
significados interpessoais: realizados pelo modo verbal
significados textuais: realizados pelo sistema tema e rema
2) Prática discursiva
- interpretação: é a partir da forma que o texto circula que é possível interpretar o que se diz
- onde circula, de que forma, em que época
- coerência, força ilocucionária, intertextualidade e interdiscursividade
- participando da circulação que adquirimos a competência genérica, conhecimento de mundo (ao natermos o olho em uma reportagem, já sabemos qual o gênero pois pelo nosso conhecimento, fazemos comparações e percebemos elementos em comum entre os textos de mesmo gênero)
- a simulação está muito presente em toda produção de texto. A linguagem representa o mundo, simula
3) Prática social
- Ideologia e hegemonia
- crenças sociais
- explicação: só é possível explicar e se fazer entender porque é necessário se passar pela ideologia
- naturalização: se um texto opera com o senso comum, ele trata algo como natural, silenciando todas as outras realidades possiveis. "No processo de produção de consenso, de naturalização, a ideologia tem um papel contundente, podendo levar às pessoas a agir de determinadas formas, tanto a seu favor como contra si própria." (p.102)
- a realidade é criada discursivamente
- os textos são investidos ideologicamentes e refletem lutas de poder
- os siginificados variam depedendo das estruturações sociais e dos discursos que os orientam
É importante ressaltar que esses três niveis se relacionam e não devem ser vistos como estanques, assim podemos analisar um texto por diferentes portas de entradas: podemos iniciar a análise tanto com a questão social como de práticas discursivas ou social.
1) Texto:
- busca a descrição- descrição: inclui o léxico, as opções gramaticais, a coesão e a estrutura do texto
- nivel mais próximo aos significados literais
- enfatiza as implicações ideológicas
- relexicalização (p.e. o uso de danos colaterais ao invés de matar pessoas civis)
Para a análise das estruturas linguísticas, Faircloug adota noções da LSF de Halliday:
Multifuncionalidade: a lingugem é multifuncional porque realiza três tipos de significações simultaneamnete (como a formalção das cores em um arco-iris) , as que Halliday cham de metafunções da linguagem.
a) Significados ideacionais: representar a realidade de determinada maneira, refletindo/ criando determinados conhecimentos e crenças
- transitividade do verbo e seus argumentos
- quem faz/ é/ pensa diz o que em que circunstância
b) significados interpessoais: estabelecer relações sociais
- tem haver com o intersubjetivo
- modo/ jeito/ maneira que o texto se dirige (categórico, ordem, pedido...)
c) significados textuais: organizar o texto de determinada maneira, dependendo em parte do canal oral ou escrito
- distribuição de informações dentro do texto
existe uma ordem temporal?
a assunto principal vem no começo?
está distribuuido em parágrafos?
Cada um desses três tipos de siginificados é realizado por um aspecto especifico da léxico-gramática [...]. O potencial para a produção de siginificados que a linguagem oferece é chamado de potencial semântico. Dentro do potêncial semântico:
significadosideacionais: realizados pela transitividade
significados interpessoais: realizados pelo modo verbal
significados textuais: realizados pelo sistema tema e rema
2) Prática discursiva
- interpretação: é a partir da forma que o texto circula que é possível interpretar o que se diz
- onde circula, de que forma, em que época
- coerência, força ilocucionária, intertextualidade e interdiscursividade
- participando da circulação que adquirimos a competência genérica, conhecimento de mundo (ao natermos o olho em uma reportagem, já sabemos qual o gênero pois pelo nosso conhecimento, fazemos comparações e percebemos elementos em comum entre os textos de mesmo gênero)
- a simulação está muito presente em toda produção de texto. A linguagem representa o mundo, simula
3) Prática social
- Ideologia e hegemonia
- crenças sociais
- explicação: só é possível explicar e se fazer entender porque é necessário se passar pela ideologia
- naturalização: se um texto opera com o senso comum, ele trata algo como natural, silenciando todas as outras realidades possiveis. "No processo de produção de consenso, de naturalização, a ideologia tem um papel contundente, podendo levar às pessoas a agir de determinadas formas, tanto a seu favor como contra si própria." (p.102)
- a realidade é criada discursivamente
- os textos são investidos ideologicamentes e refletem lutas de poder
- os siginificados variam depedendo das estruturações sociais e dos discursos que os orientam
É importante ressaltar que esses três niveis se relacionam e não devem ser vistos como estanques, assim podemos analisar um texto por diferentes portas de entradas: podemos iniciar a análise tanto com a questão social como de práticas discursivas ou social.
Fundamentação teórica da ACD
Para fins didáticos, é possível separar duas vertentes da ACD: a fundamentação teórica e a fundamentação metodológica, resaltando que essa divisão apenas facilita a visualização, mas na verdade, a teoria e o método não podem ser separadas.
Na primeira vertente, podemos pontuar:
1) Discurso como prática social: o discurso é uma prática social que se realiza por intermédio de gêneros textuais específicos. Essa concepção tem 3 implicações:
a- o principio de que os individuos realizam ações por meio da linguagem (teoria dos atos de fala do Austin).
b- o princípio de uma relação bidirecional entre discurso e estrutura social, ou seja, o discurso influencia e é diretamente influenciado pelas estruturas sociais. A ACD procura explicitar como diferentes discursos e estruturas sociais determinam "o que pode e deve ser dito" (Pêucheux, 1982, p. 111), como os textos devem ser interpretados e o que pode e deve ser feito.
c- preocupação com os recursos soiocognitivos dos individuos que produzem, distribuem e interpreta, textos. Para a ACD, os discursos moldam a maneira como os individuos usam seus recursos cognitivos, e os textos significam aquilo que os discursos 'permitem' que signifiquem.
2) O poder constitutivo do discurso:
O discurso tem efeitos constitutivos (Foucalt) porque por meio dele os individuos constroem ou criam realidades sociais. Faircloug privilegia três aspectos do poder criativo do discurso: a constituição de
a- formas de conhecimento e crenças
b- relações sociais
c- identidades
3) Textos como traços e pistas de rotinas sociais - Opacidade e naturalização
Faircloug enfatiza a necessidade de analisar os traços e pistas que ocorrem em diferentes gêneros textuais, buscando evidenciar como eles refletem discursos e rotinas sociais.
Ele resalta que muitas das relações entre linguagem e estrutura são opacas e busca o esclarecimento sobre isso (justificavel pelo termo crítica da ACD). Essa opacidade se dá, além do caráter constitutivo do discurso, pela naturalização criada, isto é, as realidades criadas discursivamente como algo natural, imutável, parte da sua própria natureza.
4) Discurso e relações de poder
A ACD procura entender como os textos são perpassados por relações de poder (capacidade de fazer uso de algum tipo de recurso para agir) e hegemonia (liderança tanto quanto dominação nos domínios econômicos, politico, cultural e ideológico de uma sociedade).
Uma contribuição importante é a investigação de como o exercício de poder hegemônico no mundo contemporâneo se mescla com as práticas discursivas.
Faircloug fala em poder no discurso e poder por trás do discurso.
poder no discurso: mais visivel, podendo ser exercido através das palavras ou textos específicos
poder por trás do discurso: determinam qual gênero é mais apropriado para determinadas situações.
Isso quer dizer que ao mesmo tempo em que uma prática social pode repetir ou reforçar práticas anteriores, pode também desafia-las, questiona-las e mudá-las.
5) Discurso, poder e ideologia
"Todas as ideologias sçao signifcações, embora nem todas as siginificações sejam ideologias" (p.92)
É importante colocar que a ideologia é constituída por significações, formas de ver o mundo, que se manifestam em textos, contribuindo para manter ou mudar formas de poder, uma vez que, a força não é imposta pela coerção, mas sim pelo dicurso, as pessoas são levadas a cooperar consensualmente.
7) ACD e emancipação
A ACD procura conscientizar os individuos quanto as interligações entre o discurso e as estruturas sociais, representando, portanto, uma forma de luta por mudanças sociais.
" Faircloug acredita: uma vez que alguém se torne consiente do valor ideológico de determinado discurso, pode resistir a ele, e o aspecto ideológico pode consequentemente perder ou diminuir o seu efeito. A compreensão do papel da linguagem como prática social pode cooperar para a emancipação de grupos menos privilegiados." (p.94)
REFERÊNCIAS
MEURER, J.L. BONINI, A., MOTTA-ROTH, D. (ORG.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola editorial, 2005.
Na primeira vertente, podemos pontuar:
1) Discurso como prática social: o discurso é uma prática social que se realiza por intermédio de gêneros textuais específicos. Essa concepção tem 3 implicações:
a- o principio de que os individuos realizam ações por meio da linguagem (teoria dos atos de fala do Austin).
b- o princípio de uma relação bidirecional entre discurso e estrutura social, ou seja, o discurso influencia e é diretamente influenciado pelas estruturas sociais. A ACD procura explicitar como diferentes discursos e estruturas sociais determinam "o que pode e deve ser dito" (Pêucheux, 1982, p. 111), como os textos devem ser interpretados e o que pode e deve ser feito.
c- preocupação com os recursos soiocognitivos dos individuos que produzem, distribuem e interpreta, textos. Para a ACD, os discursos moldam a maneira como os individuos usam seus recursos cognitivos, e os textos significam aquilo que os discursos 'permitem' que signifiquem.
2) O poder constitutivo do discurso:
O discurso tem efeitos constitutivos (Foucalt) porque por meio dele os individuos constroem ou criam realidades sociais. Faircloug privilegia três aspectos do poder criativo do discurso: a constituição de
a- formas de conhecimento e crenças
b- relações sociais
c- identidades
3) Textos como traços e pistas de rotinas sociais - Opacidade e naturalização
Faircloug enfatiza a necessidade de analisar os traços e pistas que ocorrem em diferentes gêneros textuais, buscando evidenciar como eles refletem discursos e rotinas sociais.
Ele resalta que muitas das relações entre linguagem e estrutura são opacas e busca o esclarecimento sobre isso (justificavel pelo termo crítica da ACD). Essa opacidade se dá, além do caráter constitutivo do discurso, pela naturalização criada, isto é, as realidades criadas discursivamente como algo natural, imutável, parte da sua própria natureza.
4) Discurso e relações de poder
A ACD procura entender como os textos são perpassados por relações de poder (capacidade de fazer uso de algum tipo de recurso para agir) e hegemonia (liderança tanto quanto dominação nos domínios econômicos, politico, cultural e ideológico de uma sociedade).
Uma contribuição importante é a investigação de como o exercício de poder hegemônico no mundo contemporâneo se mescla com as práticas discursivas.
Faircloug fala em poder no discurso e poder por trás do discurso.
poder no discurso: mais visivel, podendo ser exercido através das palavras ou textos específicos
poder por trás do discurso: determinam qual gênero é mais apropriado para determinadas situações.
Isso quer dizer que ao mesmo tempo em que uma prática social pode repetir ou reforçar práticas anteriores, pode também desafia-las, questiona-las e mudá-las.
5) Discurso, poder e ideologia
"Todas as ideologias sçao signifcações, embora nem todas as siginificações sejam ideologias" (p.92)
É importante colocar que a ideologia é constituída por significações, formas de ver o mundo, que se manifestam em textos, contribuindo para manter ou mudar formas de poder, uma vez que, a força não é imposta pela coerção, mas sim pelo dicurso, as pessoas são levadas a cooperar consensualmente.
6) Correntes de textos
Adota a perspectiva de Bakhtin na qual diz sobre "corrente ou cadeia de textos: cada texto é precedido por/ responde a textos anteriores e é seguido por outros textos. Os textos são parte de um diálogo em andamento." (p.93) Isso pode ser visto na intertextualidade que frequentemente podemos notar entre os textos.7) ACD e emancipação
A ACD procura conscientizar os individuos quanto as interligações entre o discurso e as estruturas sociais, representando, portanto, uma forma de luta por mudanças sociais.
" Faircloug acredita: uma vez que alguém se torne consiente do valor ideológico de determinado discurso, pode resistir a ele, e o aspecto ideológico pode consequentemente perder ou diminuir o seu efeito. A compreensão do papel da linguagem como prática social pode cooperar para a emancipação de grupos menos privilegiados." (p.94)
REFERÊNCIAS
MEURER, J.L. BONINI, A., MOTTA-ROTH, D. (ORG.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola editorial, 2005.
Introdução à Análise critica do discurso (ACD)
A ACD é uma teoria e um método de análise que interessa-se em estudar não apenas o texto em si, mas também as questões socias, que englobam as maneiras de representar a realidade, as manifestações de identdade e as relações de poder no mundo contemporêneo.
Essa teoria, desenvolvida por Fairclough, iniciou-se no fim de 1980 em continuação à Linguistica crítica (Fowler) se contrapondo à sociolinguística, à pragmática, à analise da conversação, aos estudos de Pêcheux, entre outros.
Principal critica a elas:
nenhuma delas investiga a ligação do uso de formas discursivas com a "produção, a manutenção e mudanças de relações de poder" (Faircloug, 1989, p.1)
Incorporação de aspectos positivos:
da pragmática: incorpora a noção de linguagem como ação
de Pêcheux: incorpora a idéia de que a linguagem é uma forma material da ideologia
da linguística crítica: incorpora a ideia de casar a Linguistica funcional sistêmica (LSF) com uma teoria social do funcionamento da linguagem.
Influências:
- Antonio Gramsci (filosofia)
- Anthony Giddens (sociologia)
- Michel Foucault (visão de discurso)
- Mikhail Bakhtin (teorização sobre intertextualidade)
É importante ressaltar a conexão entre a LSF e a ACD, uma vez que a LSF é utilizada como instrumento de análise na ACD, o que acabou contribuindo para a crescente expansão da própria LSF. É conceso entre elas que o contexto tem implicações cruciais para a análise da linguagem em uso.
- vivemos em ambientes institucionalmente organizados
- as instituições são caracterizadas por práticas e valores especificos
- tais valores são expressos atráves da linguagem
Essa teoria, desenvolvida por Fairclough, iniciou-se no fim de 1980 em continuação à Linguistica crítica (Fowler) se contrapondo à sociolinguística, à pragmática, à analise da conversação, aos estudos de Pêcheux, entre outros.
Principal critica a elas:
nenhuma delas investiga a ligação do uso de formas discursivas com a "produção, a manutenção e mudanças de relações de poder" (Faircloug, 1989, p.1)
Incorporação de aspectos positivos:
da pragmática: incorpora a noção de linguagem como ação
de Pêcheux: incorpora a idéia de que a linguagem é uma forma material da ideologia
da linguística crítica: incorpora a ideia de casar a Linguistica funcional sistêmica (LSF) com uma teoria social do funcionamento da linguagem.
Influências:
- Antonio Gramsci (filosofia)
- Anthony Giddens (sociologia)
- Michel Foucault (visão de discurso)
- Mikhail Bakhtin (teorização sobre intertextualidade)
É importante ressaltar a conexão entre a LSF e a ACD, uma vez que a LSF é utilizada como instrumento de análise na ACD, o que acabou contribuindo para a crescente expansão da própria LSF. É conceso entre elas que o contexto tem implicações cruciais para a análise da linguagem em uso.
Antes de começar...
É preciso diferenciar texto e discurso, tendo em vista que- vivemos em ambientes institucionalmente organizados
- as instituições são caracterizadas por práticas e valores especificos
- tais valores são expressos atráves da linguagem
Assim, podemos entender as grandes diferenças dos textos criados dentro da igreja, escola, indústria, ciência, etc, uma vez que cada instituição possui o seu discurso e isso se manifesta diretamente nos textos criados.
REFERÊNCIAS
MEURER, J.L. BONINI, A., MOTTA-ROTH, D. (ORG.). Gêneros: teorias, métodos, debates. São Paulo: Parábola editorial, 2005.
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