sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Gerativismo

O gerativismo ou teoria gerativa foi criado por Noam Chomsky em oposição ao estruturalismo bloomfieldiano. A enfase dos estudos gerativistas é no falante através do seu desempenho (performace durante a fala) e competência (conhecimento que o falante tem da lingua e que está armazenado em sua memória). Dessa forma, um dos pressupostos assumidos pelo gerativismo é o de que a linguagem é uma capacidade inata ao ser humano, ou seja, uma "propriedade" de nossa espécie. Esse presuposto é conhecido como inatismo e tem 3 evidêcias que podem sustentá-lo:
I) Todos os grupos humanos falam uma língua natural
II) Todas as línguas tem o mesmo grau de complexidade
III) A rapidez da aprendizagem de uma língua por uma criança
Essa evidência porém não são sufucientes para sustentar esse presuposto.
Outro postulado do gerativismo é o de que a liguagem têm realidade biológica, ou seja, está ligada ao organismo humano. Uma contribuição para este postulado é o estudo da afasia.
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Afasia: Desorganização da linguagem decorrente da lesão de alguma região cerebral especializada nas funçoes linguisticas. Se dá tanto na fala oral quanto na escrita.
Há dois tipos distintos de afasias, que se dão em diferentes áreas do cerebro: afasia de broca e afasia de Wernicke, respectivamente, na área de broca e na área de Wernicke.

Afasia de broca: caracteriza-se por o discurso dos doentes ficar restringido ao uso quase exclusivo de palavras isoladas, a maioria das vezes nomes (substantivos), e muitas vezes ao uso de uma única palavra com diferentes entoações em diferentes contextos. A expressão das acções resulta muitas vezes no uso do verbo no infinitivo e não são quase nunca produzidas partículas de ligação.
Afasia de Wernicke: a linguagem oral e escrita não estão prejudicadas. Sua maior dificuldade está na compreensão.
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Porém, nem sempre quando se perdem essas áreas, ocorre a falta de linguagem, pois o ser humano é capaz de desenvolver outras áreas para substitui-las.
Outro ponto é a distinção do que é predispossição biológica do que é criação cultural, o que é feito através de 4 critérios:
1) Não há variação nas línguas, todas têm o mesmo grau de complexidade e são essencialmente idênticas
2) A capacidade da linguagem é hereditária tanto quanto a capacidade de andar, pois elas se desenvolvem ao longo da existência
3) predisposição herediária: não é preciso saber uma lingua para se comunicar. Assim, uma pessoa consegue se comunicar com outras que não têm a mesma língua que a sua, através da "criação" de um jeito/linguagem diferente de ambos.
4) presença de correlações orgânicas especificas: as etapas de apredizado de uma língua são sempre as mesmas, independentes da lingua. (letras, silabas, palavras, frases...)
Esses parâmetros definem a natureza da capacidade humana como sendo de ordem biológica, pois independem da cultura.
Uma última propriedade que será apresentada aqui sobre o gerativismo é conhecida como propriedade da infinitude discreta. Em quem se diz que com um numero limitado de palavras é possivel produzir um numero ilimitado de orações que servem para explicar o que pensamos, sendo essa propriedade uma caracteristica somente do ser humano.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Estruturalismo

O estruturalismo foi uma forma de pensar que dominou, não só a linguistica, mas também boa parte das ciências humanas durante as decadas de 1920 a 1960.
No que se diz respeito à linguistica, o estruturalismo possui duas bases difrentes: o estruturalismo europeu e o estruturalismo americano. Apesar de levarem o mesmo nome, cada um deles possui um objeto de estudo. Enquanto que o estruturalismo europeu estuda a língua (langue), o estruturalismo americana trabalha com a fala (parole). Além disso, há outras diferenças consideráveis, explicitadas na tabela abaixo:Explicando alguns conceitos
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Método dedutivo: Formula-se uma hipótese e depois tenta-se confirma-la através de dados.
Método indutivo: Inverso ao anterior- Coleta-se dados e depois tenta-se formular uma generalização.
Estrutura: Afirma-se que os elementos de uma língua só podem ser propriamente caracterizados a partir da organização global que integram, ou seja, as unidades não são independentes do sistema.
Autonomia: Afirma-se que a organização de uma língua se dá internamente, isto é, é um dado original, não podendo ser obtida a partir de outra ordem de fatores externos.
Individuo: Destaca a importância do corpus na possibilidade de estudar-se a lingua.
Substância: Reforça que os fenômenos devem ser materialmente analsaveis para serem levados em conta.
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Podemos perceber portanto que os estruturalismo se diferem em relação ao objeto observado e também nas definiçoes de langue e parole, sendo a langue, para os americanos, uma derivação da parole, o que contraria o pensameno Saussuriano.
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REFERÊNCIA:
BORGES NETO, J. Reflexões preliminares sobre o estruturalismo em linguística. IN: Ensaios de filosofia da linguística.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Porque tantas teorias diferentes?

Conforme vimos no ultimo post, existem várias correntes que se apoiam em teorias diferentes. É importante resaltar, porém, que uma não anula a outra, ou seja, não é porque surge uma nova que a antiga não seja mais válida. Assim coexistem diversas teorias e a duvida que surge é: porque existem tantas teorias para o mesmo assunto?
Para tentar responder essa e outras perguntas, José Borges Neto nos esclarece muito em:
"História e filosofia da linguistica - uma entrevista com José Borges Neto"