terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Funcionalismo em linguistica

Os termos "funcionalismo" e "estruturalismo" são frequentemente utilizados em antropologia e sociologia para se referirem a teorias ou métodos de análises contrastantes. Na linguística, no entanto, o funcionalismo é mais corretamente visto como um movimento particular dentro do estruturalismo. 
1. O ponto de vista teórico
. Necessidade de estabelecer uma seleção entre os fenômenos a serem descritos (Saussure)
. Mudança no modo de fazer pesquisa, logo após a desconsideração da teoria gerativa por questões discursivas.
. Surgiram várias tendências como a sociolinguistica, a linguistica textual, a AD, a analise da conversação, etc. A teoria funcionalista é uma dessas tendências que não tem seu surgimento tão recente, mas que teve de se reatualizar depois de Saussure.
. O ponto de vista funcional pode ser encontrado também na Escola linguistica de praga.
. Pioneiro: Roman Jackobson - estendeu a noção de função da linguagem, restrita apenas à referência na teoria estruturalista, a outras funções que levam em conta os participantes da interação.
. As funções podem ser emotiva, conotativa, fática, referencial, poética ou metalinguistica
.Há muitas escolas e correntes funcionalistas, não há um modelo teórico monolitico/unico para todos. Todavia, o que seria importante para a corrente funcionalista é:
1) concepção de linguagem como um instrumento de comunicação e interação social
2) o estabelecimento de um objeto de estudo baseado no uso real, o que significa não admitir separadamente sistema e uso.
. Observa qual a função das palavras em processos diacronicos em sua motivação funcional.
A linguagem é vista como uma ferramenta cuja forma se adapta as funções que exerce e, desse modo, ela pode ser explicada somente com base nessa função que são comunicativas.
Portanto, o funcionalismo considera por principio a necessidade de descrever expressões verbais relativamente a seu funcionalismo em contextos sociais especificos.
2. O conceito de função
- Martinet: diz respeito à eficiência comunicativa das unidades estruturais
Função pode designar as relçãoes entre uma forma e outra
- Kiparky : função é a condição de disntintividade semântica - relação direta entre uma dada forma e seu significado referencial.
Função pode designar as relações entre uma forma e seu significado
- Labov: função refere-se a motivação discursiva
Função pode designar as relações entre o sistema de formas e seu contexto.
3. O funcionalismo e seus principios de adequação explanatória
.Desenvolver gramáticas funcionais mediante um sistema de regras que incorpore as generalidades
.DIK - Gramática funcional deve ter 3 principios:
I)Adequação pragmática
II) Adequação psicológica (modo como os falantes formulam expressões)
III) Adequação tipologica (explicar as similaridades e as diferenças entre os sistemas linguisticos)
.Objetivo de uma gramática funcional: construção de um modelo de usuario de lingua natural. Para isso, são consideradas as capacidades humanas linguisticas, epistêmica, lógica, perceptual, social.
. Na interação verbal estão munidos de expressões linguisticas regidas pelas seguintes regras:
1) as que governam a constituição das expressões linguisticas
2) as que governam os padrões de interação verbal em que elas são usadas.
. Suas propriedades são determinadas pela informação contextual e situcional disponivel entre os interlocutores.
4. A polêmica entre formalismo e funcionalismo
Dizem que depois do funcionalismo não havia mais necessidade de se estudar por meio do formalismo. Porém, apesar de os dois estudarem o mesmo objeto, eles elegem diferentes fenomenos desse objeo e assim ambos se fazem necessarios.

Correntes da AD

- As diferentes analises de discurso europeias
TENDÊNCIA FRANCESA (anos 60)
.Mobiliza três regiões do conhecimento (marxismo, psicanálise e linguistica) para propor uma descrição-interpretação rigorosa da vida dos signos em uma determinada sociedade, uma vez que os sentidos não estão colados às palavras, mas dependem do histórico e dos sujeitos.
.Privilegia grandes conjuntos de textos escritos, buscando compreender as condições que possibilitaram a sua emergência e legitimação no verdadeiro de uma época.
.Propõe um ruptura epistemológica em relação à língua saussuriana. Seu objeto é o discurso e não mais a língua.
.Considera que a língua não é transparente, mas sim, opaca.
TENDÊNCIA ANGLO SAXÔNICA
. Essa tendência se inspira na pragmática americana e na filosofia analitica inglesa, sobretudo nos trabalhos de Austin (1962) acerca dos atos de linguagem.
. Busca compreender as regras pragmáticas que organizam o agir linguageiro dos atores numa situação de comunicação e interação dada.
TENDÊNCIA ALEMÃ
A teoria do agir comunicacional de Jurgen Habermas inspira a tendência germânica
. Busca construir um modelo teórico para a critica da autoridade e da desigualdade nas interações discursivas e sociais
. Parte da hipotese de que é o discurso que permite aos parceiros discursivos se encontrarem sobre um terreno cultural e interpretativo comum.
..
-As tendências brasileiras de analise do discurso
1. PÊCHEUX
Analisa as relaçãoes entre discurso e ideologia. A inserção da lingua na histórica. Se divide em:
1.1 Histórica: busca compreender as condições de emergência dos discursos
1.2 Linguistico-enunciativa: busca compreender a presença/ausência do alhures, do interdiscurso no fio do discurso, no intradiscurso
1.3 Pragmática: busca compreender as razões pelas quais determinadas interpretações circulam na sociedade e outras não.
2. FOCAULT
Analisa as condições de possibilidade de irrupção dos discursos
3. BAKHTIN
Analisa a construção dos discursos na relação entre o "eu" e o "outro". Uma arena de luta entre diferentes vozes.

Materialismo histórico

O materialismo histórico pode ser pensado através de 4 possibilidades:
1. Bakhtin
É necessário considerar a linguagem a partir do que já foi dito, do que será dito e de quem disse. Tudo isso determina a maneira como a linguagem se constrói (dialogia).
2. Foucault
Há um interdito do sujeito e do objeto: nem todos estão autorizados a falar e nem todos podem falar sobre qualuqer coisa.
3. Fairglough
Nas interações sociais é possivel perceber relações de poder. Fairglough tenta mostrar as relações de poder nas relações homem/mulher, professor/aluno, chefe/empregado, etc.
4. Pêcheux
Tenta pensar como a ideologia se materializa na linguagem, como a partir de sua ideologia, o sujeito constrói o seu discurso. Pode-se, assim, se referir ao mesmo referente produzindo discursos completamente diferentes.
Pode-se notar, porém, a unidade entre elas na medida em que todas extrapolam o limite da frase, ou seja, é transfrástica; e considera a exterioridade como consitutiva da linguagem

domingo, 28 de novembro de 2010

Processos de formação de palavras

Primeiramente, é necessário definir base, raiz e radical:
BASE
Sequência fônica recorrente, a partir da qual se forma uma nova palavra, ou através da qual se constata que uma palavra é morfologicamente complexa.
Os conceitos de base e produto estão relacionados com a compeência lexical dos falantes. Ex.:
Base=> teatro, produto=> teatral
RAIZ
É o morfema comum a várias palavras de um mesmo grupo lexical, portador da significação básica desse grupo de palavras. Ex.: Grupo-> terra, terreiro, terraço ; Raiz-> terr-
RADICAL
É a parte da palavra que está presente em todas as formas de uma mesma palavra. Cada palavra tem, portanto, o seu radical especifico, que pode coincidir ou não com a raiz ou radical de outra palavra.
GERAÇÃO ESPONTÂNEA
O surgimento de itens lexicais fora dos processos de fomações de palavras é algo raro e assimétrico. O gerativismo não se preocupa com essa espécie de geração espont]ênea na formação de palavras devido o seu caráter assimétrico e imprevisivel.
Existem três processos produtivos de produção de palavras no PB: derivação, composição e onomatopéia.
DERIVAÇÃO SUFIXAL
A derivação apresenta 6 tipos: sufixal, prefixal, parassintética, conversiva, siglada e truncada.
A sufixada, ou sufixação, pode ser caracterizada como um tipo de derivação que consiste na anexação de um sufixo a uma base.
Sufixo: é uma forma recorrente, que se coloca à direita da base. O sufixo se distingue da base pelo fato de não apresentar siginificação e/ou função própria, independente.
Para definir se um lexema apresenta sufixo ou não, basta verificar se à terminação da palavra apaece em outras formações da línua que tem o mesmo significado/função.
. Sufixos homófonos: são sufixos que apresentam a mesma sequência fonética mas sentidos e/ou funçoes diferentes
. Sufixos concorrentes: são aqueles que, embora distintos sob o ponto de vista fonético, apresentam o mesmo sentido e/ou função. Para serem concorrentes, as bases e os produtos precisam pertencer à mesma categorial lexical.
. Sufixos alomorfêmicos: "quando se dá o nome de morfema à unidade significativa minima, chamam-se alomofes as variantes desse morfema em função do contexto".

O surgimento de um novo vocábulo

Ao que se diz respeito a criação de novas palavras no PB, algumas questões se fazem pertinentes:
- Por que se formam novas palavras?
1)por exigências do sistema linguistico (função de mudança categorial)
2)por influência do sujeito-falante (função expressiva de avaliação): é o que se dá com os sufixos afetivos, enfáticos e intensificadores.
3)pelo papel das funçoes semânticas (função de rotulação): ou seja, da necessidade de dar nome às coisas, às ações, aos lugares, etc...
- Quando se formam novas palavras?
FORMAÇÃO ESPORÁDICA: pode ser definida como uma palavra complexa nova, criada pelo falante/escritor, sob o impulso do momento, para satisfazer alguma necessidade imediata. Ela pode deixar de ser esporádica a partir do momento em que o item se torna familiar a uma comunidade linguistica.
FORMAÇÃO INSTITUCIONALIZADA: uma RPF pode institucionalizar-se, isto é, tornar-se familiar a um grupo de individuos. Isso pode ocorrer algumas palavras devido a alguns fatores:
a)prestigio do criador da palavra
b) "ajuda" da midia na disseminação da nova palavra
c) relevância
d) necessidade (exigências históricas, culturais, paradigmáticas...)
- Como se formam novas palavras?
As regras morfológicas podem ser de 2 tipos:
Condições de produtividade: uma regra deve ser especificada em todas as suas caracteristicas, quer quanto à base (categorização, subcategorização, constituição morfológica, traços semânticos), quer quanto ao produto (idem).
Condiçoes de produção: precisa ser um elemento concreto. Ou seja, satisfazer os fatores de ordem pragmática e discursiva.

Morfologia: O léxico

No léxico dos falantes encontram-se todas as estruturas conhecidas de sua lingua. Porém, deve-se considerar que a lista de itens que constituem esse lexico ocorrem morfemas(pedaços das palavras) ou lexemas (palavras prontas)?
É preciso cosiderar que o falante conhece não apenas o morfema isolado, mas também, separadamente, os produtos das combinaçoes entre os morfemas. Surge então a hipotese de que também fazem parte da lista os lexemas, além dos morfemas.
Mas não somente essas. O falante também é capaz de reconhecer outras estruturas:
. Lexemas puros: palavras primtivas como mar, livro, café, cedo, sempre...
. Lexemas complexos: derivam de outras palavras como livreiro, reler, guarda-roupa...
. Vocábulos deiticos: são, na sua maioria, advérbios e palavras que idicam pessoas gramaticais como eu, nosso, lá, algum...
. Formas dependentes: é autonoma, embora nunca apareça isolada, podenso se separar livrimente daquela a que se associa na enunciação ou mudar de posição em relação a ela, como por exemplo, as preposiçoes e as conjunçoes.
. Bases presas: como hidro-, geo-, agro-...
. Afixos: que podem vir antes do radical (prefixo) ou depois (sufixo)
POLISSEMIA
Caracteriza-se pelo fato de que uma palavra pode sofrer adaptações semânticas às diversas circunstâncias em que é usada sem, contudo, deixar de se ligar a um sentido básico inicial.
ex.: banco de dados, banco de sangue, banco central, banco da praça. (banco= lugar em que se deposita algo)
HOMOFONIA
Propriedade de duas ou mais formas, inteiramente distintas pela significação ou função, terem a mesma estrutura fonológica, ou seha, possuem a mesma forma porém sentidos diferentes.
ex. Manga (da camiseta), manga (fruta).
Sendo assim, essas formas aparecem como entradas lexicais distintas no lexico do falante, diferentemente dos casos de polissemia.
EMPRÉSTIMO
Considera-se uma forma linguistica como um emprestimo sob o ponto de vista sincronico se essa forma apresentar um fonema ou uma sequência de fonemas estranhos ao sistema fonologico do português.
HIBRIDISMO
São palavras hibridas aquelas que se formam de elementos tirados de línguas diferentes.

Semiotica - Nivel discursivo

SEMÂNTICA DISCURSIVA
"Os valores assumidos pelo sujeito da narrativa são, no nivel do discurso, disseminados sob a forma de percursos temáticos e recebem investimentos figurativos. A disseminação dos temas e a figurativização deles são tarefas do sujeito da enunciação. Assim procedendo, o sujeito da enunciação assegura, graças aos percursos temáticos e figurativos, a coerência semântica do discurso e cria concretização figurativa do conteudo, efeitos de sentido sobretudo de realidade"
Temos, então, que todo texto possui temas (categorias que organizam, categorizam, ordenam os elementos do mundo e figuras (todo conteudo que tem um correspondente perceptivel no mundo). Assim, a predominancia de figuras ou temas fará do texto , respectivamente, um texto figurativo (criam um efeito de realidad, pois constroem um simulacro da realidade, representando o mundo) ou um texto temático (procura explicar a realidade, classificar e ordenar a realidade significante, estabelecendo relaçoes e dependências. São feios para explicar o mundo e por isso tem uma função interpretativa).
O encadeamento de figuras formará o percurso figurativo, o qual reveste o percurso temático (encadeamento de temas).
SINTAXE DISCURSIVA
"O sujeito da enunciação faz uma série de opçoes para projetar o discurso, tendo em vista os efeitos de sentido que deseja produzir. Estudar as projeções da enunciação é, por conseguinte, verificar quais são os procedimentos utilizados para construir o discurso e quais os efeitos de sentido fabricados pelos mecanismos escolhidos. "
Há 2 efeitos básicos produzidos pelos discursos com a finalidade de convencerem de sua verdade, são o de proximidade ou distanciamento da enunciação e o de realidade ou referente.
EFEITO DE PROXIMIDADE OU DE DISTANCIAMENTO DA ENUNCIAÇÃO
O efeito de proximidade é criado através do uso de debreagem enunciativa. Ou seja, instaura-se um eu/tu, aqui e agora, passando o efeito, portanto, de subjetividade.
O efeito de distanciamento é criado através da debreagem enunciva que se utiliza de um ele, no tempo então e no espaço , passando a ilusão de objetividade.
EFEITO DE REALIDADE OU REFERENTE
Os efeitos de realidade decorrem, em geral, da debreagem interna. Quando, no interior do texto, cede-se a palavra aos interlocutores, em discurso direto, constrói-se uma cena que serve de refernte ao texto, cria-se a ilusão de situação real de dialógo.
Para reforçar essa ilusão, há também o recurso semântico denominado ancoragem: trata-se de atar o discurso a pessoas, espaços e datas que o receptor reconhece como reais ou existentes.
...
REFERÊNCIA
BARROS, Diana Luz Pessoa de. TEORIA SEMIÓTICA D OTEXTO, 1999. Editora ática.
FIORIN, José Luiz. ELEMENTOS DE ANÁLISE DO DISCURSO, 2008. Editora contexto.

Semiotica - Nivel narrativo

A narratividade é um componente presente em todos os tipos de textos, mesmo aqueles que não são narração. Temos, portanto, uma parte do PGS que poderá ser divido em sintaxe e semântica.
SINTAXE NARRATIVA
Há dois tipos de enunciados elementares:
a) enunciados de estado: são os que estabelecem uma relação de junção (disjunção) ou (conjunção) entre um sujeito e um objeto
b) enunciados de fazer: são os que mostram as transformações, os que correspodem à passagem de um enunciado de estado para outro. Ocorre para isso o uso de programas narrativos.
PROGRAMA NARRATIVO: Uma narrativa complexa estrutura-se numa sequencia canônica, que compreende quatro fases: a manipulação, a competência, a performace e a sanção.
1) Manipulação: um sujeito age sobre outro para levá-lo a querer e/ou dever fazer alguma coisa. Existem inumeros tipos de manipulação, entre eles: a tentação ( o manipulador propõe ao manipulado uma recompensa com a finalidade de levá-lo a fazer algo), a intimidação (o manipulador usa-se de ameaças), a sedução (o manipulador leva a fazer manifestando um sentido positivo sobre a competência do manipulado) e provocação (o manipulador leva a fazer manifestand um juizo negativo sobre a competência do manipulado).
* Deve-se lembrar que o manipulador e o manipulado podem ser figurativizados por um mesmo persaneagem no nivel discursivo
2) Competência: o sujeito que vai realizar a transformação central da narrativa é dotado de um saber e um poder fazer.
3) Performace: é a fase em que se dá a transformação (mudança de um estado a outro) central da narrativa. Ou seja, é o fazer propriamente dio.
4) Sanção: ocorre a contatação de que a performace se realizou e, por conseguinte, o reconhecimento do sujeito que operou a transformação. Eventualmente, nessa fase, distribuem-se premios e castigos (não obrigatório).
Nesse julgamento ocore a interpretação veridictória os estados resultantes do fazer do sujeito.
Quadro veredictório de modalização do ser:

O narrador pode organizar as diversas fases da sequência canônica de diferentes maneiras. Elas então não precisam necessariamente aparecer nessa ordem. Como elas se encadeiam em função de relaçoes de pressuposição, o leitor vai apreendê-las corretamente.
SEMÂNTICA NARRATIVA
É na semântica narrativa que se depreendem os sujeitos e suas paixoes, assim como os objetos e seus tipos. Numa narrativa, aparecem dois tipos de objetos: modais e de valor. Os primeiros são o querer, o dever, o saber e o poder fazer, são aqueles elementos cuja aquisição é necessária para realizar a performace inicial. Os segundos são os objetos com que se entra em conjunção ou disjunção na performace principal. Dizendo de outra forma, o objeto modal é aquele necessário para obter outro objeto. O objeto valor é aquele cuja obtenção é o fim ultimo do sujeito.
Outro elemento a ser depreendido é a paixão do sujeito. As paixões, do ponto de vista da semiótica, entendem-se como efeitos de sentido de qualificações modais que modificam o sujeito de estado. É aquilo que move o sujeito.
...

REFERÊNCIA
BARROS, Diana Luz Pessoa de. TEORIA SEMIÓTICA D OTEXTO, 1999. Editora ática.
FIORIN, José Luiz. ELEMENTOS DE ANÁLISE DO DISCURSO, 2008. Editora contexto.

Semiotica - Nivel fundamental

No nivel fundamental tem-se uma oposição semântica única, em que aparecem dois termos contrários que se organizam dentro de um mesmo eixo semântico e no qual não haja exclusão entre eles, como se fossem dois polos. Essa oposição deverá sustentar todo e qualquer sentido dentro do texto, ou seja, deverá englobar todas as demais.
Por ex.: /vida/ x /morte/, pode ser considerada o oposição semântica de um determinado texto uma vez que esses termos não se excluem.
Deve-se também atribuir valores a esses termos que podem ser eufóricos (+) ou disfóricos (-), isto é, positivos ou negativos. Essa valoração, entretanto deve ser feita a partir do sentido do texto, logo a valoração, no exemplo, de vida como euforico e morte como disforico pode não ocorrer em um determinado texto em que se valorize a morte em detrimento da vida.
Feito isso, deve-se montar o quadrado semiótico do nivel fundamental que se configura como:
Assim, teriamos no exemplo:
vida e morte como contrários, vida/ não-vida e morte/ não-morte como contraditórios (poque se exlcuem) e não vida implicando em morte e não-morte implicando em vida (pois se completam).
Tudo o que foi dito acima se enquadra na semântica fundamental (isso porque o texto se divide semanticamente e sintaxicamente em todos os niveis).
Já quanto a sintaxe fndamental temos:
1) afirmação de /a/
2) negação de /a/
3) afirmação de /b/
Ou seja, um texto pode começar afirmando um dos termos da oposição semântica para depois nega-lo e afirmar o outro. Ex.:
1) afirmação da /vida/
2) negação da /vida/
3) afirmação da /morte/
A semântica e a sintaxe do nivel fundamental representam a instância inicial do PGS e procuram explicar os niveis mais abstratos da produção, do funcionamento e da interpretação do discurso.
...

REFERÊNCIA
BARROS, Diana Luz Pessoa de. TEORIA SEMIÓTICA D OTEXTO, 1999. Editora ática.
FIORIN, José Luiz. ELEMENTOS DE ANÁLISE DO DISCURSO, 2008. Editora contexto.

Semiótica (?)

A semiótica se mantêm como uma corrente dentro da linguistica, a qual tenta descrever o nivel semantico. Dentro da semiotica pode-se pensar em outras correntes, porém aquela que será tratada aqui será a semiotica Greimasiana (de Algirdas Juliem Greimas).
A partir dela tenta-se estabelecer os sentidos que estão presentes em um texto que é constituido por um plano de expressão e um plamo de conteudo. O plano de expressão (PE) é a materialidade do texto, ou seja, o nivel da manifestação, enquanto que o plano de conteudo (PC) é abstrato. Essa relação PE/PC é interdependente, isto é, uma não existe sem a outra. Porém, focaremos aqui apenas a parte do PC.
...
PLANO DE CONTEUDO
Se divide em três niveis que gradativamente vão diminuindo o grau de abstração:
1) nivel fundamental: o mais abstrato, simples e geral
2) Nivel narrativo
3) Nivel discursivo: o menos abstrato, mais complexo e especifico
Todos esses niveis se estabelecem na base da interdependência, assim não são camadas que se iniciam ao termino da anterior, mas sim planos que dependem um do outro para a construção do percurso gerativo do sentido (PGS).
Para fins didaticos, entretanto, estudaremos esses niveis separadamente.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Conceitos básicos da morfologia gerativa

A morfologia gerativa postula alguns conceitos, a saber:
- Gramática subjacente
Uma língua possui as suas estruturas e há algumas regras que devem ser seguidas se alguem quer se comunicar nessa língua.
Nós possuimos, portanto, em nosso cerebro, uma gramática internalizada, implicita, subjacente, que sabemos manejar adequadamente, intuitivamente, mas que não sabemos descrever ou explicar. Logo, esse será o objetivo do gerativismo na morfologia lexical.
- Competência lexical
Por competência lexical entende-se o conhecimento que o falante tem do léxico de sua língua.
Conhecer uma língua é saber usa-lá, tanto para produzi-lá quanto para entende-lá. Conhecer o léxico significa saber usar os itens lexicais e poder estabelecer relações entre eles.
Está incluso na competência lexical do falante:
-> o conhecimento de uma lista de entradas lexicais
-> o conhecimento da estrutura interna dos itens lexicais, assim como relações entre vários itens
-> o conhecimento subjacente à capacidade de formar entradas lexicais gramaticais novas e rejeitar as agramaticais.
[ITEM LEXICAL: forma linguistica que o falante conhece e utiliza]
As relações das entradas lexicais constitui o léxico de uma língua. As palavras, as formas presas e os afixos (dentre outros elementos) constituem a lista de entradas lexicais da língua.
- Regras morfológicas e regras sintáticas
O conhecimento que o fante tem do lexico de sua lingua lhe facultará uma série de generalizações a respeito desse léxico.
-> Formação de novas palavras: feita a caracterização da base (palavra primitiva) e do produto (nova palavra) tem-se a regra morfológica. Constitui uma das tarefas da morfologia gerativa a explicação das regras morfológicas do português, sendo que esssas se deiferem nitidamente das regras sintáicas:
. Hipotese lexicalista: a estrutura interna das palavras não é estabelecida por principios sintáticos, nem mesmo acessivel a esses principios.
. Probabilidade de ocorrência: Uma vez acionada a regra sintatica, uma sentença será criada. A existência da sentença será, porém, efêmera, ou seja, uma vez criada, ela desaparece, servindo apenas para uma comunicação especifica e imediata. Uma prova disso é a inexistência de um dicionário de frases, por exemplo.
Com a regra morfologica isso não ocorre. Há um "congelamento" da palavra: uma vez registrada como palavra, ela toma, pelo menos potencialmente, uma existêmcia lexical comcomitantemente idependente.
O resultado natural desse "congelamento" é que as palavras passam a ter uma existência autônoma, ou seja, elas passam a ser repetidas pelos usuários independentemente do acionamento de regras. Isto é, não há a aplicação dessas regras sempre que algume fale. São regras que se utilizam uma só vez (once-only rules)
Porém, há também certas formações que chamamos de formações esporádicas, ou seja, tem existência passageira.
- Regras de análise estrutural (RAEs) e Regras de formação de palavras (RFPs)
RAE: o falante é capaz de analisar a estrutura das palavras derivadas, pelo fato de saber, por exemplo, que preparação "vem" de preparar, que fingimento "vem" de fingir, etc.
Formamente temos então: [[X] a] Y]b, onde X representa a palavra primitiva (base), a representa a classificação gramatical da base, Y representa o sufixo a ser anexado a essa base para formar o produto e b representa a classificação gramatical do produto.
Assim a RAE de preparação seria: [[preparar]v -ção]s
RFP: ao produzir novos itens lexicais, como "apelidador", "mochilada", etc, o falante estará fazendo uso de uma RFP, que pode ser formalizada da seguinte maneira:
[X]a --> [[X]a Y]b
Uma RFP é estabelecida com base em realções paradigmáticas.
Toda RFP corresponde a uma RAE. Ao criar uma palavra nova ou ao interpretar um novo item lexical, o falante demonstra conhecer a estrutura do item recém-criado.
- Produtividade lexical
Na língua frequentemente aparecem novas formações, ou seja, na linguagem coloquial, formal, literária, cienifica, enfim, em qualquer modadlidade de linguagem é possivel deparar com formações não ouvidas ou escritas antes. Trata-se de itens não familiares. A essa possibilidade de surgimento de novos itens lexicais na língua dás-se o nome de produtividade.
Por essa razão é tão dificil de responder à perguna : "Tal palavra existe?".Os dicionários deixam de assinalar vários termos familiares a uma comunidade linguistica e do mesmo modo, registram palavras que não se usam mais (arcadismo). Sob o ponto de vista exclusivamente cientifico, é dificil definir se uma palavra existe ou não em uma língua.
. Transgressão sufxal: palavras impossiveis de serem criadas. Ex.:
Luz (substantivo) + -dor + *luzdor
Existem palavras possiveis, sob o ponto de vista da RFP, mas que são rejeitadas pelos falantes por algum motivo, como por exemplo, "fabricador" que é bloqueada por "fabricante"
. Inércia morfológica: existem palavras possiveis, sob o ponto de vista da RFP, porém as pessoas não as utilizam simplesmente porque eles não existem, mas nada impede que eles sejam acionados a qualquer momento. Ex.: (?) maracujada
*veremos esses conceito profundamente mais adiante.
. Palavras reais: institucionalizadas, familiares a uma comunidade linguistica mas não dicionarizadas por serem ecém-formadas. ex.: malufar, twitar...
- existem palavras que, apesar a dicionarização, não são conhecidas doe uma comunidade linguistica, ou por serem arcaismos ou por serem regionalismos, ou por serem palavras restritas a um grupo de falantes ou uma profissão.
- existem as palavras reais, que fazem parte efetiva de uma comunidade linguistica, ou seja, de sua lista de entradas lexicais, independente de constar ou não nos dicionários.


Morfologia gerativa

Como vimos anteriormente, existem na linguistica várias correntes de pensamentos ou escolas diferentes. Nos posts anterioremos de morfologia, estudou-se a morfologia segundo o estruturalismo. A partir de agora, veremos essa diciplina pelo ponto de vista do gerativismo.
Primeiramente, deve-se resgatar a história ou o quadro teorico da morfologia. Dai, resultam 4 momentos:
1) A morfologia perde espaço para a fonologia e passa a ser tratada como fonologia lexical. Nesse momento a sintaxe era cega à estrutura interna da palavra, às operações lexicais. A consequencia a isso era que o dicionario deveria possuir todas as variações de todas as palavras!
Tem-se, entao, uma hipotese lexicalista, a qual afirma que o cerebro humano possui regras para a formação das palavras(Anderson)
2) Esse segundo momento, que data da decada de 80, é marcado pelo fortalecimento da hipotese lexicalista. A partir de então, os gerativistas passaram a ver que a morfologia flexional era importante para a sintaxe, uma vez que a partir das formas flexionadas ocorriam as concordancias nos enunciados. Assim, a divisão entre morfologia flexional (sintatico) e lexical (lexico) se acentua.
3) No terceiro momeno (decada de 90), a proposta de Anderson foi adotada amplamente pelo gerativismo.
4) Surge a teoria da otimalidade, a qual diz que a gramática particular é o resultado do ordenamento de um conjunto de principios universais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
" De acordo com o gerativismo, os mecanismos responsáveis pela linguagem são inatos, portanto, independentes de aspectos culturasi. Assim, todas as línguas são regidas por principios niversais" (Sandalo, 2001)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Morfologia estruturalista: estratégia de análise

Comutação:
I) Segmentação dos vocábulos
II) Permuta dos segmentos
III) Identificação de formas recorrentes.
Critérios:
1) os vocabulos analisados devem pertencer a mesma lingua
2) a comparação deve ser feita em pares, com a ressalva de que nem sempre um unico par nos permite depreender o segmento correto
3) os vocabulos devem apresnetar algum tipo de relação paradigmática.

Vocábulo morfico e análise mórfica

O vocabulo mórfico é a unidade a que se chega quando não é possivel nova divisão em duas ou mais formas livres.
Forma livre: constituem uma sequência que pode funcionar isoladamente como comunicação suficiente.
Forma presa: só funcionam ligadas às outras (afixos)
Formas dependentes: funcionam ligadas ás livres
Se destinguem das presas porque têm a possibilidade de intercalação de novas formas e a variação posicional na frase.
- Tanto as formas livres como as dependentes ora apresentam-se indivisiveis, ora são passiveis de divisão em unidades menores.
-Não se pode confundir vocábulo morfico com morfema:
voc. morfico: definem-se a nivel de frase,ou seja, do funcionamento das unidades linguisticas no enunciado
morfema: definem-se a nivel de vocabulo, ou melhor, da possibilidade ou não de sua divisão em menores unidades significantes ou de primeira articulação.
...
ANÁLISE MORFICA:
Consiste na descrisão da estutura do vocabulo mórfico, depreendendo suas formas minimas ou morfemas, de acordo com uma significação e uma função elementar que lhes são atribuidas dentro da siginificação e da função total do vocábulo.
Comutação: operação constrativa por meio de permuta de elementos para o qual são necessárias:
a) a segmentação do vocábulo em subconjuntos
b) a pertinência paradigmática entre os subconjuntos que vão ser permutados
Alomorfia: os diferentes morfemas de uma lingua não estão obrigatoriamente ligados a um unico morfe. A essa possibilidade de variação de cada forma minima se dá o nome de alomorfia.
I) Alomorfia não ocndicionada: implicam variações livres, que independem de causas fonéticas, como as alternâncias fonéticas em faz, fez, fiz.
II) Alomorfia fonologicamente condicionada: consiste na aglutinação de formas, nas partes finais e iniciais de constituintes em sequencia, acarretando mudanças fonéticas.
Neutralização: perda da oposição entre unidades significativas diferentes. Pode se dar apenas no plano mórfico ou ser resultante de condicionamento fonológico.

Flexão Verbal

Regra de formação
RADICAL + ST + SMT+ SNP
ST: sufixo tematico ou vogal tematica
SMT: sufixo modo temporal
SNP: sufixo numero pessoa
..
- São portadores de sentido
- São elementos recorrentes
- A ordem é fixa, qualquer alteração gera formas agramaticais
...
Alterações morfofonêmicas:
Supressão: supressão do morfe que representa o morfema ST.
Ex.: em Amo a vogal tematica -a- foi supremida e portanto não aparece nessa forma verbal.
Neutralização: processo por meio do qual há a neutralização da oposição entre unidades significantes diferentes.
Ex.: Vend-e e part-e --> ambas tem o -e como vogal tematica mas pertencem à conjugaçoes diferentes, logo não é possivel saber qual é de qual conjugação.
Crase: quando ocorre duas vogal seguidas (ST e SMT)
Ex.: VEND -I - IA - MOS --> vendÍamos
Harmonização vocálica: quando muda a vogal tematica. ex.: no verbo cantar a vogal tematica é -a mas em cant-e-i a vogal tematica é -e em cant-o-u a vogal tematica é -o, entao nesses dois casos ocorre harmonização.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Flexão Nominal

Na flexão nominal se encontram a distinção de genero e numero.
GENERO:
O genero nos substantivos divide os nomes em masculino e feminino independente do seu significado semântico, ou seja, abrange todos os nomes substantivos, quer se refiram a seres animados provido de sexo, quer desitinguam apenas coisas, uma vez que o conceito de sexo não está necessariamente ligado ao de sexo, a qual é uma confusão muito comum.
Assim, MULHER não é o feminino de HOMEM. Este é um caso de heteronimia: vocábulos lexicamente distintos que, tradicionalmente, tem sido utilizados para indicar a categoria de genero. Ex.: bode/cabra.
Como se dá a distinção entre os generos?
Pela concepção de genero de Mattoso Camara, as palavras femininas são formadas pelo acresimo do morfe -a, em oposição ao morfema zero presente no masculino. Aqui, está a diferença que M. Camara instaura: ele não ocnsidera o morfe -o como sendo a marca de masculino. Como justificativa, diz que se isso for considerado, as palavras com morfe -e ao final também deveriam ser consideradas como masculino. Porém, essas palavras podem ser tanto masculinas como femininas. ex.: a ponte, o monte
Além disso, M.C. coloca tr/~e casos de alomorfia que podem ocorrer com o genero:
1) subtração da forma masculina: anão/anã
2) alternacia vocalica reduntante (novo/nova) e não redundante (avô/ avó)
3) distinção de generos diferentes sem flexão. ex: a/o dentista
...
NUMERO:
Os morfemas de numero em portugues categoriza os nomes em singular e plural.
Singular --> É denominado morfema zero por não apresentar um morfe correspondente, distinguindo-se do morfema plural.
Plural --> Realiza-se atráves dos alomorfes /s/ e /is/ (grafados como -es ou -is)
Para a formação do plural temos 3 regras:
(1) X(voc) + /plural/ --> X(voc) + /s/
"Qualquer item lexical terminado em segmento vocálico nasalizado ou não terá o plural formado pela adição do morfe -s ao final da palavra"
(2) X [-z,-r,-s,-l] + /plural/ --> X [-z.-r,-s,-l] + /is/
"Qualquer item lexical terminado em segmento consonantal tem o plural formado pelo acresimo do morfe - es ou -is"
(3) X(-ão) + /plural/ --> X(-õ) + /is/
"Qualquer item lexical terminado em ditongo nasal -ão tem o plural formado pela supressão (-ão) e acresimo de -es"
Plurais fantasmas: plurais que não se encontram no uso vivo, mas nas gramaticas aparecem como "os mais correstos".

Modelos de descrição morfológica

ITEM E ARRANJO (IA):
- Modelo de natureza distribucional: estuda a maneira como os itens(morfemas) se arranjam ou se organizam
- É tarefa de IA segmentar e agrupar os alomorfes determinando-lhes a distribuição
- Unidade básica: morfema --> raizes ou radicais, afixos, formas livres ou presas
- Esses itens formam arranjos ou sequências definidos em termos de padrões distribucionais
Passos:
1) Listagem das construções
2) Determinação das construções nucleares e
a) enumeração das posições possiveis dentro delas
b) especificação dos traços mórficos para cada construção
3) Listagem dos morfemas e das estruturas complexas posiveis em cada construção maior
- É construido sobre o principio da discrição e linearidade dos signos: só as unidades discretas e segmantáveis arranjam-se linearmente.
Essa postura restringe o alcance do modelo:
. Como encaixar aqueles conjuntos em que as raízes sofrem alternância vocálica antes de receberem qualquer afixo flexional?
. Também os elementos supra-segmentais (acento, quantidade, tom) que não são discretos nem se sucedem linearmente na cadeia falada, ficam fora do modelo. Assim como as amalgamas (morfemas superpostos e cmulativos)
. Deixa de lado elementos importantes como a ordem e a hierarquia dos componentes.
...
ITEM E PROCESSO (IP):
- Modelo dinâmico
- Duas formas semelhantes são discritas pela maneira como uma se forma a partir da outra
- Tarefa básica: determinar as regras segundo as quais os morfemas de uma língua se combinam
- Afixação, reduplicação, alternância...
- Propõe esquemas descritivos em termos de relação sequencial. Tais esquemas só são aplicaveis por meio de regras morfológicas que obedecem 3 principios:
1) A maioria dos morfemas de uma língua deverá dispor de uma forma básica, a que se unem outras formas
2) As formas não básicas podem ter a capacidade de alterar elementos das formas básicas
3) Há um conjunto de processos morfofonêmicos responsável pela representação de primeiro e segundo, ou seja, há um conjunto de regras que descrevem a transição de uma forma para outra
Problemas:
- Não explica casos como os de amalgamas
- Não têm um critério objetivo e rigorosamente sincrônico para determinar formar básicas ou primitivas.

A morfologia nas diferentes correntes

DESCRITIVISMO:
Os gregos se preocupam em fixar paradigmas, como as declinações e conjugações.
Modelo: Item e paradigma (a palavra é considerada a unidade central minima)
HISTORICISMO:
Começa a surgir um interesse pela construção das palavras. Porém, é um interesse superficial por dois motivos:
I) o comparativismo ainda estava dominado pelos ideais clássicos
II) a perspectiva histórica confinava as pesquisas linguisticas a exemplos cristalizados, dificultando o estudo do vocábulo em formação
ESTRUTURALISMO:
Inicio do séc XX: Cours de Linquistique Generale (Ferdinand de Saussure)
Língua como um sistema de valores
Estruturalismo norte-americano: passaram a descrever as línguas indigenas. No afã de descrever as línguas, os estruturalistas chegaram ao conceito de morfema (menor unidade significativa da palavra)
- A visão estruturalista desenvolveu com bastante rigor as técnicas de depreensão dos morfemas (preocupação básica)
- Uma palavra é composta por pequenos elementos que se seguem no eixo sintagmático
Preocupações do estruturalismo:
1) fazer a segmentação dos morfemas
2) proceder à classificação dos morfemas
Modelo: Item e arranjo
Aspectos positivos do estruturalismo:
- Caráter cientifico
- O sincronismo passa a ter existência paralela ao diacronismo, permitindo que as línguas sejam estudadas por duas perspectivas autonomas: a descritiva e a histórica.
- A morfologia alcançou um progresso notável.
Decada de 1950: o estruturalismo mostra sinais de esgotamento. Chomsky lança as bases da gramática gerativo-transformacional.
GERATIVSIMO:
Preocupações do gerativismo:
Exolicitar a capacidade ou a competência que um falante nativo tem com relação ao léxico de sua lingua, ou seja, a sua capacidade de formar novas palavras, de rejeitar outras, de estabelecer relaçoes entre itens lexicais, de reconhecer a estrutura de um vocábulo.
Modelo do gerativismo: Item e processo

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Mofologia lexiacal x Morfologia flexional

MORFOLOGIA LEXICAL:
Derivação pela qual se conseguem novas unidades.
Ex.: saúde --> saudação
A maior parte das operaçoes derivacionais se faz pelo encontro de raízes, radicais e afixos, mas também por derivaçoes regressivas, em que os morfemas são subtrativos.
A morfologia lexical ainda se serve de um expediente chamado composição, que consiste em combinar raízes presas ou livres para obter novas palavras. --> aglutinam-se ou justapõem-se
...
MORFOLOGIA FLEXIONAL:
Flexão ou variação mórfica para indicar categorias gramáticais.
EX.: Boi --> Bois
Na morfologia flexional se encontram diversas categorias de morfemas:
1) Gênero: divide os nomes em classes, que são diferentes em diferentes línguas.
Sexo (masc, fem, neutro), Vitalidade (animado, inanimado), Configuração externa (redondos, finos, curtos, etc.)
2) Numero: indica quantificações ou enumerações. (singular e plural)
3) Caso: é uma maneira de assinalar morficamente a função sintática da palavra na sentença.
4) Tempo: marca o momento em que ocorre aquilo que o verbo expressa em relação ao momento em que se fala
5) Pessoa: indica a posição dos participantes no ato da fala (1ªp. , 2ªp. , 3ªp. )
6) Modo: expressa a atitude do falante em relação ao que ele vai dizer: certeza (indicativo), incerteza (subjuntivo), desejo (optativo), ordem (imperativo).
7) Aspecto: diz respeito à relação entre o evento e sua duração ou desenvolvimento.
8) Voz: categoria que expressa a relação entre o verbo e seus complementos. Ex.: voz passiva, voz ativa, reflexiva...

As diferenças entre elas...

Tipos de morfes e morfemas

RADICAL: núcleo do vocábulo responável pela significação externa
AFIXOS: são representados por morfes presos que podem ocorrer precedidos ou seguidos de radical. São divididos em:
- prefixos: vêm antes do radical.
- sufixo: vêm depois do radical. Podem alterar a classe da palavra. Ex: Medo (substantivo), Medroso (adjetivo).
MORFEMAS/ DESINÊNCIAS DE GÊNERO, DE NUMERO, VERBAIS: elementos de significação interna.
VOGAIS TEMÁTICAS NOMINAIS E VERBAIS: elementos que preparam o radical para receber desinências. É fruto de uma transformação da vogal que já existia no vocábulo mórfico.
VOGAIS/ CONSOANTES DE LIGAÇÃO: elementos que preparam o radical para receber as desinências. É de fato um elemento novo.
MORFEMA ADITIVO: expressa-se por uma adição de morfes. Ex: professor / professora (-a)
MORFEMA SUBTRATIVO : supresão de um segmento. Ex: Orfão / Orfã
MORFEMA ZERO: quando não se faz representar por nenhum morfe, em oposição ao morfema aditivo (simbolo: Ø )
MORFEMA CUMULATIVO: quando o seu morfe representa dois ou mais morfemas almagamados e fundidos. É impossivel separá-los e representá-los por morfes especificos. Ex: /-ra/ em bêberamos representa o modo e o tempo.
MORFEMA SUPERPOSTO: quando, não possuindo um morfe correspondente, superpõe-se ao morfe vizinho, sobrecarregando-o de substituição gramatical. Ex.: Cant-o em /-o/ o morfema modo-temporal superpõe-se ao morfema numero-pessoa.
MORFEMA SUBSTITUTIVO: constitu-se de um processo de substituição ou alternância de vocais no morfe raiz. Ex: Faz / Fiz
MORFEMA LATENTE: não aparecem na forma do singular, somente no plural. Ex.: /-es/ em cores.

Morfema, Morfe e Alomorfe

Há em morfologia três conceitos básicos e fundamentais: morfema, morfe e alomorfe.
Por morfema, podemos definir como sendo a unidade básica da morfologia, sendo uma forma significativa recorrente minima abstrata, ou seja, têm um traço semântico que se repete em outras estruturas e não podem ser divididas em formas menores. É abstrato poque é representado por um morfe que é o segmento minimo significativo recorrente. Exemplificando temos:
PEDRAS : PEDRA - S --> -S: morfe e PLURAL: morfema
Já alomorfes pode ser definido como morfes que possuem uma distintividade fonético-semântica, pois representam o mesmo morfema, ou seja
LIVROS > LIVRO-S --> -S: morfe e PLURAL: morfema
FLORES > FLOR-ES --> -ES: morfe e PLURAL: morfema
Para esse fenômeno dá-se o nome de alomorfia, pois o morfema PLURAL está representado por dois alomorfes gráficos /s ~ es/ que ocorrem em contextos exclusivos:
-S: depois de vogal
-ES: depois de consoante

O que é palavra?

Um conceito universal de palavras é o de que palavras são sequnências gráficas que representam signos da língua em questão e que ocorram precedidas e seguidas de espaço ou pontuação. Porém, é fácil "quebrar" esse conceito quando se pensa nas palavras compostas como "segunda-feira". Deve-se considerar uma única palavra (já que seu significado não é a soma dos 2 elementos) ou deve-se considerar como 2 palavras distintas?
Além disso, há línguas que não possuem escrita e assim não é possivel aplicar esse conceito. Uma forma possivel seria, então, definir palavra como sendo uma sequência fônica que constituisse uma enisão completa. Entretanto, não falamos dando o devido espaçamento entre palavras, logo esse critério também falha.
Sendo assim, é possivel perceber que devem ser levados em consideração diferentes critérios de delimitação para definir-se palavra. São eles:
- critério fonológico: sequência fônica que constituie uma emissão completa
- critério morfossintáico: considerar a classificação gramatical e sua função na frase
- critério semântico: considerar seu significado
Outro problema encontrado diz respeito de uma língua para outra, pois há linguas em que as funçoes sintáticas são explicitadas por uma unidade léxico (desinências) e assim as fronteiras entre as palavras são identificadas pelas desinências: são as linguas flexionais como o latim. Porém, há outras línguas em que essas desinências não existem : as línguas isolantes, nas quais existem dois tipos de palavras:
I) Palavras plenas: possuem signifcado
II) Palavras gramáticais: elementos livres que se combinam para formar as sentenças.
Nesse tipo de língua já não é possível aplicar o conceito anterior.
Como percebe, definir palavra não é tão simples como pensamos desde sempre.

O discurso não é uma camada

No texto O discuso não é uma camada, Sirio Possenti apresenta argumento contrarios sobre a teorica de que o discurso seria organizado em camadas (fonologia / morfologia/ sintaxe/ semântica/ pragmática/ discurso) que teriam a finalidade de explicar algumas caracterisicas das sequencias e sua interpretação.
Por essa concepção tem-se que a liberdade do sujeito cresceria da fonologia ao discurso, ou seja, enquanto que na fonologia o sujeito teria liberdade nula, pois não é possivel contruir fonemas, eles já estão determinados; na semantica o sujeito teria total liberdade de juntar palavras para a formação de enunciados, formulando as ideias de qualquer modo. A critica que Possenti faz aqui é que é o discurso que determina o que dizer e não o sujeito, pois não é só por questão de sintaxe que se extruturam os enunciados, aí já instaura-se o discurso.
Para Possenti, o discurso é entendido como um tipo de sentido que se materializa na língua. Se constitue pelo trabalho com e sobre os recursos de expressão, que produzem determinados efeitos de sentido em correlações com posiçoes e condições de produção especificas.
Um certo discurso, uma determinada ideologia se materializa ou é vinculada pela seleção sistemática de uma ou de outra estrutura sintática, conforme os fatos de que se trata. Sendo assim, o mesmo discurso poderia ser materializado de outra forma, porque não há uma relação biunivica entre discurso e gramática.
Para explicitar que o discurso materializa-se no texto, Sirio trabalha a ideia das formas transativas e não-transativas, nas quais o modo de apresntar os eventos é uma forma de o locutor integrar a ação em seu sistema ideológico.
Transativas --> Estão explicitos na oração: sujeito / ação / objeto
" Duzias de manifestantes cantavam slogans"
Não-transativas --> Omite-se um dos componentes, geralmente o sujeito.
"13 foram presos" ( não é explicitado quem praticou a ação de prender)
Outro meio pelo qual o discurso materializa-se no texto é a escolha do léxico (vocabulário). A midia precisa ser neutra e, logo, passa a impressão de apenas relatar os fatos do modo como ocorreram. Porém, a escolha do léxico denuncia a posição ideológica do autor.
Portanto, conclui-se que o dicurso não é uma camada porque este está presente em todos os niveis da linguagem (morfologia, sintaxe...) e logo, não é possivel separa-los.

Texto x Discurso

Texto e Discurso muitas vezes são confundidos como sendo coincidentes. Porém, existem alguns aspectos que são ocnsiderados para disinção um do outro.
O discurso materializa-se no texto, pois esse ultimo é objeto empirico de análise e o primeiro é objeto teórico e abstrato, precisando assim de enunciados para concretizar-se. Logo, as diferenças que se estabelencem entre discursos diferentes , e que portanto significam modos diferentes de os sujeitos entrarem na ordem da materialidade e da história, só poderão ser verificadas no texto.
Outra distinção a ser feita diz respeito a completude ou incompletude. O discurso possui uma incompletude da linguagem, é um fenomêno sempre aberto, pois não possui começo nem fim. Entretanto, apesar do sentido ser movente e escapar do controle dos sujeitos, a sociedade desenvolve procedimento de delimitaçoes dos sentidos no texto, dando a ilusão que o texto é imaginariamente completo. Imaginariamente porque de fato não é possivel fazer com que todo um saber caiba em um texto, fazendo com que estes sejam lacunares e incompletos, assim os textos necessariamente dialogam entre si para que ocorra sentido.
Além disso, o leitor do texto pode não resgatar no texto o saber da memória discursiva a partir da qual o enunciador produziu o discurso e, portanto, interpretar o texto num outro saber, resultando assim em uma pluralidade de significação que faz com que o texto não seja uma unidade fechada.
Outro aspecto é o de que o texto encontra-se no eixo do intra-discurso, ou seja, faz parte da formulção do dizer e diz respeito a atualização do discurso, enquanto que o discurso pertence ao eixo do inter-discurso, ou seja, a constituição do dizer e controla e condiciona o dizer e a produção do sentido.
Resumindo....
REFERÊNCIAS
NAVARRO, pedro. O texto como objto de análise discursiva: questões de sentido, memória e autoria. In: O TEXTO, como objeto de ensino, de descrição linguístca e de análise textual e discursiva.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Gerativismo

O gerativismo ou teoria gerativa foi criado por Noam Chomsky em oposição ao estruturalismo bloomfieldiano. A enfase dos estudos gerativistas é no falante através do seu desempenho (performace durante a fala) e competência (conhecimento que o falante tem da lingua e que está armazenado em sua memória). Dessa forma, um dos pressupostos assumidos pelo gerativismo é o de que a linguagem é uma capacidade inata ao ser humano, ou seja, uma "propriedade" de nossa espécie. Esse presuposto é conhecido como inatismo e tem 3 evidêcias que podem sustentá-lo:
I) Todos os grupos humanos falam uma língua natural
II) Todas as línguas tem o mesmo grau de complexidade
III) A rapidez da aprendizagem de uma língua por uma criança
Essa evidência porém não são sufucientes para sustentar esse presuposto.
Outro postulado do gerativismo é o de que a liguagem têm realidade biológica, ou seja, está ligada ao organismo humano. Uma contribuição para este postulado é o estudo da afasia.
...
Afasia: Desorganização da linguagem decorrente da lesão de alguma região cerebral especializada nas funçoes linguisticas. Se dá tanto na fala oral quanto na escrita.
Há dois tipos distintos de afasias, que se dão em diferentes áreas do cerebro: afasia de broca e afasia de Wernicke, respectivamente, na área de broca e na área de Wernicke.

Afasia de broca: caracteriza-se por o discurso dos doentes ficar restringido ao uso quase exclusivo de palavras isoladas, a maioria das vezes nomes (substantivos), e muitas vezes ao uso de uma única palavra com diferentes entoações em diferentes contextos. A expressão das acções resulta muitas vezes no uso do verbo no infinitivo e não são quase nunca produzidas partículas de ligação.
Afasia de Wernicke: a linguagem oral e escrita não estão prejudicadas. Sua maior dificuldade está na compreensão.
...
Porém, nem sempre quando se perdem essas áreas, ocorre a falta de linguagem, pois o ser humano é capaz de desenvolver outras áreas para substitui-las.
Outro ponto é a distinção do que é predispossição biológica do que é criação cultural, o que é feito através de 4 critérios:
1) Não há variação nas línguas, todas têm o mesmo grau de complexidade e são essencialmente idênticas
2) A capacidade da linguagem é hereditária tanto quanto a capacidade de andar, pois elas se desenvolvem ao longo da existência
3) predisposição herediária: não é preciso saber uma lingua para se comunicar. Assim, uma pessoa consegue se comunicar com outras que não têm a mesma língua que a sua, através da "criação" de um jeito/linguagem diferente de ambos.
4) presença de correlações orgânicas especificas: as etapas de apredizado de uma língua são sempre as mesmas, independentes da lingua. (letras, silabas, palavras, frases...)
Esses parâmetros definem a natureza da capacidade humana como sendo de ordem biológica, pois independem da cultura.
Uma última propriedade que será apresentada aqui sobre o gerativismo é conhecida como propriedade da infinitude discreta. Em quem se diz que com um numero limitado de palavras é possivel produzir um numero ilimitado de orações que servem para explicar o que pensamos, sendo essa propriedade uma caracteristica somente do ser humano.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Estruturalismo

O estruturalismo foi uma forma de pensar que dominou, não só a linguistica, mas também boa parte das ciências humanas durante as decadas de 1920 a 1960.
No que se diz respeito à linguistica, o estruturalismo possui duas bases difrentes: o estruturalismo europeu e o estruturalismo americano. Apesar de levarem o mesmo nome, cada um deles possui um objeto de estudo. Enquanto que o estruturalismo europeu estuda a língua (langue), o estruturalismo americana trabalha com a fala (parole). Além disso, há outras diferenças consideráveis, explicitadas na tabela abaixo:Explicando alguns conceitos
...
Método dedutivo: Formula-se uma hipótese e depois tenta-se confirma-la através de dados.
Método indutivo: Inverso ao anterior- Coleta-se dados e depois tenta-se formular uma generalização.
Estrutura: Afirma-se que os elementos de uma língua só podem ser propriamente caracterizados a partir da organização global que integram, ou seja, as unidades não são independentes do sistema.
Autonomia: Afirma-se que a organização de uma língua se dá internamente, isto é, é um dado original, não podendo ser obtida a partir de outra ordem de fatores externos.
Individuo: Destaca a importância do corpus na possibilidade de estudar-se a lingua.
Substância: Reforça que os fenômenos devem ser materialmente analsaveis para serem levados em conta.
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Podemos perceber portanto que os estruturalismo se diferem em relação ao objeto observado e também nas definiçoes de langue e parole, sendo a langue, para os americanos, uma derivação da parole, o que contraria o pensameno Saussuriano.
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REFERÊNCIA:
BORGES NETO, J. Reflexões preliminares sobre o estruturalismo em linguística. IN: Ensaios de filosofia da linguística.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Porque tantas teorias diferentes?

Conforme vimos no ultimo post, existem várias correntes que se apoiam em teorias diferentes. É importante resaltar, porém, que uma não anula a outra, ou seja, não é porque surge uma nova que a antiga não seja mais válida. Assim coexistem diversas teorias e a duvida que surge é: porque existem tantas teorias para o mesmo assunto?
Para tentar responder essa e outras perguntas, José Borges Neto nos esclarece muito em:
"História e filosofia da linguistica - uma entrevista com José Borges Neto"

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

As escolas

Antes de existirem escolas que tinham como objeto de estudo a linguagem em si, os ocidentais apenas faziam especulações filosóficas sobre a linguagem, já que essa era considerada uma ferramenta para estudar outras áreas do conhecimento como a filosofia e a psicologia.

A primeira das escolas no Ocidente foi a das

GRAMÁTICAS GERAIS:

- Gramática de Port-Royal (séc. XVII): essa gramática tentou sistematizar a linguagem criando categorias lingüísticas e tinha a linguagem como espelho do pensamento.

- tinha como noção de frase a seguinte construção:

SUJEITO + PREDICADO (NOMINAL ou VERBAL)

(de quem se fala) (o que se fala)

sendo que, o que fugisse dessa ordem não era considerada linguagem.

- Além disso, as frases deveriam expressar a realidade para ser considerada linguagem

- Modelo de cientificidade: lógica matemática (existe uma seqüência, uma hierarquização, uma condição)

- Explicação para as mudanças na língua: o uso era o que transforma a língua

- Essas transformações eram vistas como algo ruim, uma vez que a linguagem deveria ser estática.

Contestando esse modelo de Port-Royal surge a

LINGUISTICA HISTÓRICA (séc. XIX):

- Modelo de cientificidade: lógica histórica.

- Defendia o caráter transformacional da língua (a linguagem deve mudar)

- Busca explicar o porquê dessas transformações.

- Se divide em duas: comparatismo e neogramáticos.

Comparatismo: explica que há uma língua mãe que deu origem às outras línguas, o que seria explicado pela analogia entre o sânscrito (língua antiga da Índia) e as outras línguas. Entre essas línguas haveria mais do que semelhanças, haveria parentesco! Para estabelecer correspondências entre as línguas (qualquer que seja sua distância no tempo) procuravam um elemento X de uma época que ocupasse o lugar do elemento X’ da outra.

- Tese do declínio das línguas: todas as línguas passam por diferentes estágios (ideal da língua)

ISOLANTES (inalisáveis)

-

AGLUTINANTES

(sem regras para formação de palavras)

-

FLEXIONAIS

(regras precisas para formação de palavras)

porém, como o homem queria usar a linguagem como ferramenta, haveria uma destruição da própria língua, ou seja, elas continuariam se transformando além do ideal da língua.

Neogramáticos: a lingüística histórica deve ser explicativa, sendo que a explicação deve ser de tipo positivo (as causas verificáveis devem ser buscadas na atividade dos sujeitos falantes – observação dieta dos fados)

- Buscam criar uma teoria da mudança: deve-se estuda as mudanças que se estendem sobre um tempo determinado.

- Afirmam que a mudança fonética é uma tendência geral.

- Tipos de causas da mudança: I) ordem articulatória

II) ordem analógica

No primeiro tipo de causa tem-se que quando se opera uma modificação no âmbito de um estado, nenhuma palavra pode escapar dessa modificação.

No segundo tipo tem-se que os locutores tendem a agrupar as palavras e as frases em classes, cujos elementos se assemelham pelo som e pelo sentindo sendo que os locutores criam palavras novas capazes de enriquecer tais classes.

SAUSSURIANISMO (séc. XX):

- Rompe com os modelos anteriores

- Elege como objeto de estuda a língua (sistemática e coletiva), abandonando a parole (momentânea e individual).

- Passasse a pensar no funcionamento dos elementos lingüísticos em um determinado período de tempo (sincronismo), em oposição aos estudos anteriores que consideravam as mudanças ao longo do tempo (diacrônismo)

- Outras contribuições de Ferdinand de Saussure foram as dicotomias: Língua/Fala, Sintagma/Paradigma, entre outras.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Comunicação animal e linguagem humana

Algumas questões se põem sobre esse assunto: Será que é a linguagem que diferencia o homem? Ou será que os animais possuem linguagem própria? Para tentar responder essas questões irei recorrer ao texto de BENVENISTE, In. PROBLEMAS DE LINGUISTICA GERAL I, no capitulo intitulado COMUNICAÇÃO ANIMAL E LINGUAGEM HUMANA.
Nesse texto, Benveniste sugere que as condições fundamentais de uma comunicação propriamente lingüística parecem faltar no mundo dos animais e, para justificar-se, descreve o código que as abelhas têm para anunciar o local que foi encontrado alimento, que foi explicado por Karl von Frish.

O CÓDIGO DAS ABELHAS
Após descobrir o local com alimento e pegar de seu néctar e pólen, uma abelha operária colhedora volta à colméia onde é rodeada por outras abelhas que pegam pólen de suas antenas ou o néctar vomitado por essa. Depois realiza diferentes tipos de dança (a qual pode ser considerada como o ato de comunicação) Há, nesse caso, dois tipos de dança:
- circular: consiste em traçar círculos horizontais da direita para a esquerda, depois da esquerda para a direita, sucessivamente;
- em forma de 8: acompanhada por uma vibração constante do abdômen, imita mais ou menos a figura de um oito.
Depois das danças, uma ou mais abelhas se dirigem ao local onde a primeira abelha havia encontrado alimento e voltam repetindo a dança à outras abelhas, e assim sucessivamente.

Mais tarde descobriu-se que a dança informa 3 dados sobre o alimento:
A EXISTÊNCIA DA FONTE DE ALIMENTO: dança;
DISTÂNCIA: em círculos anuncia que o alimento deve ser procurado em uma pequena distância, enquanto que a dança em oito significa que o alimento encontra-se mais longe;
DIREÇÃO: o eixo do “oito” em direção ao sol anuncia a direção.

DIFERENÇAS ENTRE O CODIGO DAS ABELHAS E A LINGUAGEM HUMANA
Essa descoberta prova que as abelhas possuem a capacidade de simbolizar, ou seja, representar um objeto que não esteja presente, capacidade essa que caracteriza a linguagem humana. Porém, alguns pontos são fundamentais para se afirmar que as abelhas ao possuem uma linguagem, mas sim um código.
• Não há dialogo na mensagem trocada, ou seja, não provoca nenhum tipo de resposta, apenas uma ação (a de ir até o local do alimento)
• Não há intervenção de um aparelho vocal
• A comunicação se refere a certo dado objetivo (alimento), ou seja, reproduz-se sempre a mesma informação
• A linguagem das abelhas não se deixa analisar, ou seja, ser dividida em partes menores e significativas, assim como acontece com a linguagem humana.
• As abelhas precisam estar uma em frente à outra para transmitir a mensagem, alem de precisar de luz (obstáculos que não estão presentes na linguagem humana).
• As abelhas não constroem uma mensagem a partir de outra mensagem, precisam ir ao local para só depois repassar a mensagem
Por essas razoes apresentadas, pode-se dizer wntão que as abelhas não possuem uma linguagem linguistica e sim um código!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Breve apresentação

A linguística é uma área, ainda pouco conhecida, que busca estudar de forma cientifica as diversas formas da linguagem. Tem como grande nome e pai Ferdinand de Saussure, "autor" do livro Curso de linguística geral (CLG) ,o qual lançou as bases do estruturalismo, uma das escolas de linguística como será discutido no blog.
Esse espaço, portanto, será dedicado à discussão de conceitos e, principalmente, das correntes teoricas da linguística, buscando assim maior esclarecimento do assunto.