Antes de existirem escolas que tinham como objeto de estudo a linguagem em si, os ocidentais apenas faziam especulações filosóficas sobre a linguagem, já que essa era considerada uma ferramenta para estudar outras áreas do conhecimento como a filosofia e a psicologia.
A primeira das escolas no Ocidente foi a das
GRAMÁTICAS GERAIS:
- Gramática de Port-Royal (séc. XVII): essa gramática tentou sistematizar a linguagem criando categorias lingüísticas e tinha a linguagem como espelho do pensamento.
- tinha como noção de frase a seguinte construção:
SUJEITO + PREDICADO (NOMINAL ou VERBAL)
(de quem se fala) (o que se fala)
sendo que, o que fugisse dessa ordem não era considerada linguagem.
- Além disso, as frases deveriam expressar a realidade para ser considerada linguagem
- Modelo de cientificidade: lógica matemática (existe uma seqüência, uma hierarquização, uma condição)
- Explicação para as mudanças na língua: o uso era o que transforma a língua
- Essas transformações eram vistas como algo ruim, uma vez que a linguagem deveria ser estática.
Contestando esse modelo de Port-Royal surge a
LINGUISTICA HISTÓRICA (séc. XIX):
- Modelo de cientificidade: lógica histórica.
- Defendia o caráter transformacional da língua (a linguagem deve mudar)
- Busca explicar o porquê dessas transformações.
- Se divide em duas: comparatismo e neogramáticos.
Comparatismo: explica que há uma língua mãe que deu origem às outras línguas, o que seria explicado pela analogia entre o sânscrito (língua antiga da Índia) e as outras línguas. Entre essas línguas haveria mais do que semelhanças, haveria parentesco! Para estabelecer correspondências entre as línguas (qualquer que seja sua distância no tempo) procuravam um elemento X de uma época que ocupasse o lugar do elemento X’ da outra.
- Tese do declínio das línguas: todas as línguas passam por diferentes estágios (ideal da língua)
ISOLANTES (inalisáveis)
AGLUTINANTES
(sem regras para formação de palavras)
-
FLEXIONAIS
(regras precisas para formação de palavras)
porém, como o homem queria usar a linguagem como ferramenta, haveria uma destruição da própria língua, ou seja, elas continuariam se transformando além do ideal da língua.
Neogramáticos: a lingüística histórica deve ser explicativa, sendo que a explicação deve ser de tipo positivo (as causas verificáveis devem ser buscadas na atividade dos sujeitos falantes – observação dieta dos fados)
- Buscam criar uma teoria da mudança: deve-se estuda as mudanças que se estendem sobre um tempo determinado.
- Afirmam que a mudança fonética é uma tendência geral.
- Tipos de causas da mudança: I) ordem articulatória
II) ordem analógica
No primeiro tipo de causa tem-se que quando se opera uma modificação no âmbito de um estado, nenhuma palavra pode escapar dessa modificação.
No segundo tipo tem-se que os locutores tendem a agrupar as palavras e as frases em classes, cujos elementos se assemelham pelo som e pelo sentindo sendo que os locutores criam palavras novas capazes de enriquecer tais classes.
SAUSSURIANISMO (séc. XX):
- Rompe com os modelos anteriores
- Elege como objeto de estuda a língua (sistemática e coletiva), abandonando a parole (momentânea e individual).
- Passasse a pensar no funcionamento dos elementos lingüísticos em um determinado período de tempo (sincronismo), em oposição aos estudos anteriores que consideravam as mudanças ao longo do tempo (diacrônismo)
- Outras contribuições de Ferdinand de Saussure foram as dicotomias: Língua/Fala, Sintagma/Paradigma, entre outras.