quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Morfologia estruturalista: estratégia de análise

Comutação:
I) Segmentação dos vocábulos
II) Permuta dos segmentos
III) Identificação de formas recorrentes.
Critérios:
1) os vocabulos analisados devem pertencer a mesma lingua
2) a comparação deve ser feita em pares, com a ressalva de que nem sempre um unico par nos permite depreender o segmento correto
3) os vocabulos devem apresnetar algum tipo de relação paradigmática.

Vocábulo morfico e análise mórfica

O vocabulo mórfico é a unidade a que se chega quando não é possivel nova divisão em duas ou mais formas livres.
Forma livre: constituem uma sequência que pode funcionar isoladamente como comunicação suficiente.
Forma presa: só funcionam ligadas às outras (afixos)
Formas dependentes: funcionam ligadas ás livres
Se destinguem das presas porque têm a possibilidade de intercalação de novas formas e a variação posicional na frase.
- Tanto as formas livres como as dependentes ora apresentam-se indivisiveis, ora são passiveis de divisão em unidades menores.
-Não se pode confundir vocábulo morfico com morfema:
voc. morfico: definem-se a nivel de frase,ou seja, do funcionamento das unidades linguisticas no enunciado
morfema: definem-se a nivel de vocabulo, ou melhor, da possibilidade ou não de sua divisão em menores unidades significantes ou de primeira articulação.
...
ANÁLISE MORFICA:
Consiste na descrisão da estutura do vocabulo mórfico, depreendendo suas formas minimas ou morfemas, de acordo com uma significação e uma função elementar que lhes são atribuidas dentro da siginificação e da função total do vocábulo.
Comutação: operação constrativa por meio de permuta de elementos para o qual são necessárias:
a) a segmentação do vocábulo em subconjuntos
b) a pertinência paradigmática entre os subconjuntos que vão ser permutados
Alomorfia: os diferentes morfemas de uma lingua não estão obrigatoriamente ligados a um unico morfe. A essa possibilidade de variação de cada forma minima se dá o nome de alomorfia.
I) Alomorfia não ocndicionada: implicam variações livres, que independem de causas fonéticas, como as alternâncias fonéticas em faz, fez, fiz.
II) Alomorfia fonologicamente condicionada: consiste na aglutinação de formas, nas partes finais e iniciais de constituintes em sequencia, acarretando mudanças fonéticas.
Neutralização: perda da oposição entre unidades significativas diferentes. Pode se dar apenas no plano mórfico ou ser resultante de condicionamento fonológico.

Flexão Verbal

Regra de formação
RADICAL + ST + SMT+ SNP
ST: sufixo tematico ou vogal tematica
SMT: sufixo modo temporal
SNP: sufixo numero pessoa
..
- São portadores de sentido
- São elementos recorrentes
- A ordem é fixa, qualquer alteração gera formas agramaticais
...
Alterações morfofonêmicas:
Supressão: supressão do morfe que representa o morfema ST.
Ex.: em Amo a vogal tematica -a- foi supremida e portanto não aparece nessa forma verbal.
Neutralização: processo por meio do qual há a neutralização da oposição entre unidades significantes diferentes.
Ex.: Vend-e e part-e --> ambas tem o -e como vogal tematica mas pertencem à conjugaçoes diferentes, logo não é possivel saber qual é de qual conjugação.
Crase: quando ocorre duas vogal seguidas (ST e SMT)
Ex.: VEND -I - IA - MOS --> vendÍamos
Harmonização vocálica: quando muda a vogal tematica. ex.: no verbo cantar a vogal tematica é -a mas em cant-e-i a vogal tematica é -e em cant-o-u a vogal tematica é -o, entao nesses dois casos ocorre harmonização.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Flexão Nominal

Na flexão nominal se encontram a distinção de genero e numero.
GENERO:
O genero nos substantivos divide os nomes em masculino e feminino independente do seu significado semântico, ou seja, abrange todos os nomes substantivos, quer se refiram a seres animados provido de sexo, quer desitinguam apenas coisas, uma vez que o conceito de sexo não está necessariamente ligado ao de sexo, a qual é uma confusão muito comum.
Assim, MULHER não é o feminino de HOMEM. Este é um caso de heteronimia: vocábulos lexicamente distintos que, tradicionalmente, tem sido utilizados para indicar a categoria de genero. Ex.: bode/cabra.
Como se dá a distinção entre os generos?
Pela concepção de genero de Mattoso Camara, as palavras femininas são formadas pelo acresimo do morfe -a, em oposição ao morfema zero presente no masculino. Aqui, está a diferença que M. Camara instaura: ele não ocnsidera o morfe -o como sendo a marca de masculino. Como justificativa, diz que se isso for considerado, as palavras com morfe -e ao final também deveriam ser consideradas como masculino. Porém, essas palavras podem ser tanto masculinas como femininas. ex.: a ponte, o monte
Além disso, M.C. coloca tr/~e casos de alomorfia que podem ocorrer com o genero:
1) subtração da forma masculina: anão/anã
2) alternacia vocalica reduntante (novo/nova) e não redundante (avô/ avó)
3) distinção de generos diferentes sem flexão. ex: a/o dentista
...
NUMERO:
Os morfemas de numero em portugues categoriza os nomes em singular e plural.
Singular --> É denominado morfema zero por não apresentar um morfe correspondente, distinguindo-se do morfema plural.
Plural --> Realiza-se atráves dos alomorfes /s/ e /is/ (grafados como -es ou -is)
Para a formação do plural temos 3 regras:
(1) X(voc) + /plural/ --> X(voc) + /s/
"Qualquer item lexical terminado em segmento vocálico nasalizado ou não terá o plural formado pela adição do morfe -s ao final da palavra"
(2) X [-z,-r,-s,-l] + /plural/ --> X [-z.-r,-s,-l] + /is/
"Qualquer item lexical terminado em segmento consonantal tem o plural formado pelo acresimo do morfe - es ou -is"
(3) X(-ão) + /plural/ --> X(-õ) + /is/
"Qualquer item lexical terminado em ditongo nasal -ão tem o plural formado pela supressão (-ão) e acresimo de -es"
Plurais fantasmas: plurais que não se encontram no uso vivo, mas nas gramaticas aparecem como "os mais correstos".

Modelos de descrição morfológica

ITEM E ARRANJO (IA):
- Modelo de natureza distribucional: estuda a maneira como os itens(morfemas) se arranjam ou se organizam
- É tarefa de IA segmentar e agrupar os alomorfes determinando-lhes a distribuição
- Unidade básica: morfema --> raizes ou radicais, afixos, formas livres ou presas
- Esses itens formam arranjos ou sequências definidos em termos de padrões distribucionais
Passos:
1) Listagem das construções
2) Determinação das construções nucleares e
a) enumeração das posições possiveis dentro delas
b) especificação dos traços mórficos para cada construção
3) Listagem dos morfemas e das estruturas complexas posiveis em cada construção maior
- É construido sobre o principio da discrição e linearidade dos signos: só as unidades discretas e segmantáveis arranjam-se linearmente.
Essa postura restringe o alcance do modelo:
. Como encaixar aqueles conjuntos em que as raízes sofrem alternância vocálica antes de receberem qualquer afixo flexional?
. Também os elementos supra-segmentais (acento, quantidade, tom) que não são discretos nem se sucedem linearmente na cadeia falada, ficam fora do modelo. Assim como as amalgamas (morfemas superpostos e cmulativos)
. Deixa de lado elementos importantes como a ordem e a hierarquia dos componentes.
...
ITEM E PROCESSO (IP):
- Modelo dinâmico
- Duas formas semelhantes são discritas pela maneira como uma se forma a partir da outra
- Tarefa básica: determinar as regras segundo as quais os morfemas de uma língua se combinam
- Afixação, reduplicação, alternância...
- Propõe esquemas descritivos em termos de relação sequencial. Tais esquemas só são aplicaveis por meio de regras morfológicas que obedecem 3 principios:
1) A maioria dos morfemas de uma língua deverá dispor de uma forma básica, a que se unem outras formas
2) As formas não básicas podem ter a capacidade de alterar elementos das formas básicas
3) Há um conjunto de processos morfofonêmicos responsável pela representação de primeiro e segundo, ou seja, há um conjunto de regras que descrevem a transição de uma forma para outra
Problemas:
- Não explica casos como os de amalgamas
- Não têm um critério objetivo e rigorosamente sincrônico para determinar formar básicas ou primitivas.

A morfologia nas diferentes correntes

DESCRITIVISMO:
Os gregos se preocupam em fixar paradigmas, como as declinações e conjugações.
Modelo: Item e paradigma (a palavra é considerada a unidade central minima)
HISTORICISMO:
Começa a surgir um interesse pela construção das palavras. Porém, é um interesse superficial por dois motivos:
I) o comparativismo ainda estava dominado pelos ideais clássicos
II) a perspectiva histórica confinava as pesquisas linguisticas a exemplos cristalizados, dificultando o estudo do vocábulo em formação
ESTRUTURALISMO:
Inicio do séc XX: Cours de Linquistique Generale (Ferdinand de Saussure)
Língua como um sistema de valores
Estruturalismo norte-americano: passaram a descrever as línguas indigenas. No afã de descrever as línguas, os estruturalistas chegaram ao conceito de morfema (menor unidade significativa da palavra)
- A visão estruturalista desenvolveu com bastante rigor as técnicas de depreensão dos morfemas (preocupação básica)
- Uma palavra é composta por pequenos elementos que se seguem no eixo sintagmático
Preocupações do estruturalismo:
1) fazer a segmentação dos morfemas
2) proceder à classificação dos morfemas
Modelo: Item e arranjo
Aspectos positivos do estruturalismo:
- Caráter cientifico
- O sincronismo passa a ter existência paralela ao diacronismo, permitindo que as línguas sejam estudadas por duas perspectivas autonomas: a descritiva e a histórica.
- A morfologia alcançou um progresso notável.
Decada de 1950: o estruturalismo mostra sinais de esgotamento. Chomsky lança as bases da gramática gerativo-transformacional.
GERATIVSIMO:
Preocupações do gerativismo:
Exolicitar a capacidade ou a competência que um falante nativo tem com relação ao léxico de sua lingua, ou seja, a sua capacidade de formar novas palavras, de rejeitar outras, de estabelecer relaçoes entre itens lexicais, de reconhecer a estrutura de um vocábulo.
Modelo do gerativismo: Item e processo

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Mofologia lexiacal x Morfologia flexional

MORFOLOGIA LEXICAL:
Derivação pela qual se conseguem novas unidades.
Ex.: saúde --> saudação
A maior parte das operaçoes derivacionais se faz pelo encontro de raízes, radicais e afixos, mas também por derivaçoes regressivas, em que os morfemas são subtrativos.
A morfologia lexical ainda se serve de um expediente chamado composição, que consiste em combinar raízes presas ou livres para obter novas palavras. --> aglutinam-se ou justapõem-se
...
MORFOLOGIA FLEXIONAL:
Flexão ou variação mórfica para indicar categorias gramáticais.
EX.: Boi --> Bois
Na morfologia flexional se encontram diversas categorias de morfemas:
1) Gênero: divide os nomes em classes, que são diferentes em diferentes línguas.
Sexo (masc, fem, neutro), Vitalidade (animado, inanimado), Configuração externa (redondos, finos, curtos, etc.)
2) Numero: indica quantificações ou enumerações. (singular e plural)
3) Caso: é uma maneira de assinalar morficamente a função sintática da palavra na sentença.
4) Tempo: marca o momento em que ocorre aquilo que o verbo expressa em relação ao momento em que se fala
5) Pessoa: indica a posição dos participantes no ato da fala (1ªp. , 2ªp. , 3ªp. )
6) Modo: expressa a atitude do falante em relação ao que ele vai dizer: certeza (indicativo), incerteza (subjuntivo), desejo (optativo), ordem (imperativo).
7) Aspecto: diz respeito à relação entre o evento e sua duração ou desenvolvimento.
8) Voz: categoria que expressa a relação entre o verbo e seus complementos. Ex.: voz passiva, voz ativa, reflexiva...

As diferenças entre elas...