sexta-feira, 27 de agosto de 2010

As escolas

Antes de existirem escolas que tinham como objeto de estudo a linguagem em si, os ocidentais apenas faziam especulações filosóficas sobre a linguagem, já que essa era considerada uma ferramenta para estudar outras áreas do conhecimento como a filosofia e a psicologia.

A primeira das escolas no Ocidente foi a das

GRAMÁTICAS GERAIS:

- Gramática de Port-Royal (séc. XVII): essa gramática tentou sistematizar a linguagem criando categorias lingüísticas e tinha a linguagem como espelho do pensamento.

- tinha como noção de frase a seguinte construção:

SUJEITO + PREDICADO (NOMINAL ou VERBAL)

(de quem se fala) (o que se fala)

sendo que, o que fugisse dessa ordem não era considerada linguagem.

- Além disso, as frases deveriam expressar a realidade para ser considerada linguagem

- Modelo de cientificidade: lógica matemática (existe uma seqüência, uma hierarquização, uma condição)

- Explicação para as mudanças na língua: o uso era o que transforma a língua

- Essas transformações eram vistas como algo ruim, uma vez que a linguagem deveria ser estática.

Contestando esse modelo de Port-Royal surge a

LINGUISTICA HISTÓRICA (séc. XIX):

- Modelo de cientificidade: lógica histórica.

- Defendia o caráter transformacional da língua (a linguagem deve mudar)

- Busca explicar o porquê dessas transformações.

- Se divide em duas: comparatismo e neogramáticos.

Comparatismo: explica que há uma língua mãe que deu origem às outras línguas, o que seria explicado pela analogia entre o sânscrito (língua antiga da Índia) e as outras línguas. Entre essas línguas haveria mais do que semelhanças, haveria parentesco! Para estabelecer correspondências entre as línguas (qualquer que seja sua distância no tempo) procuravam um elemento X de uma época que ocupasse o lugar do elemento X’ da outra.

- Tese do declínio das línguas: todas as línguas passam por diferentes estágios (ideal da língua)

ISOLANTES (inalisáveis)

-

AGLUTINANTES

(sem regras para formação de palavras)

-

FLEXIONAIS

(regras precisas para formação de palavras)

porém, como o homem queria usar a linguagem como ferramenta, haveria uma destruição da própria língua, ou seja, elas continuariam se transformando além do ideal da língua.

Neogramáticos: a lingüística histórica deve ser explicativa, sendo que a explicação deve ser de tipo positivo (as causas verificáveis devem ser buscadas na atividade dos sujeitos falantes – observação dieta dos fados)

- Buscam criar uma teoria da mudança: deve-se estuda as mudanças que se estendem sobre um tempo determinado.

- Afirmam que a mudança fonética é uma tendência geral.

- Tipos de causas da mudança: I) ordem articulatória

II) ordem analógica

No primeiro tipo de causa tem-se que quando se opera uma modificação no âmbito de um estado, nenhuma palavra pode escapar dessa modificação.

No segundo tipo tem-se que os locutores tendem a agrupar as palavras e as frases em classes, cujos elementos se assemelham pelo som e pelo sentindo sendo que os locutores criam palavras novas capazes de enriquecer tais classes.

SAUSSURIANISMO (séc. XX):

- Rompe com os modelos anteriores

- Elege como objeto de estuda a língua (sistemática e coletiva), abandonando a parole (momentânea e individual).

- Passasse a pensar no funcionamento dos elementos lingüísticos em um determinado período de tempo (sincronismo), em oposição aos estudos anteriores que consideravam as mudanças ao longo do tempo (diacrônismo)

- Outras contribuições de Ferdinand de Saussure foram as dicotomias: Língua/Fala, Sintagma/Paradigma, entre outras.

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