domingo, 28 de novembro de 2010

Processos de formação de palavras

Primeiramente, é necessário definir base, raiz e radical:
BASE
Sequência fônica recorrente, a partir da qual se forma uma nova palavra, ou através da qual se constata que uma palavra é morfologicamente complexa.
Os conceitos de base e produto estão relacionados com a compeência lexical dos falantes. Ex.:
Base=> teatro, produto=> teatral
RAIZ
É o morfema comum a várias palavras de um mesmo grupo lexical, portador da significação básica desse grupo de palavras. Ex.: Grupo-> terra, terreiro, terraço ; Raiz-> terr-
RADICAL
É a parte da palavra que está presente em todas as formas de uma mesma palavra. Cada palavra tem, portanto, o seu radical especifico, que pode coincidir ou não com a raiz ou radical de outra palavra.
GERAÇÃO ESPONTÂNEA
O surgimento de itens lexicais fora dos processos de fomações de palavras é algo raro e assimétrico. O gerativismo não se preocupa com essa espécie de geração espont]ênea na formação de palavras devido o seu caráter assimétrico e imprevisivel.
Existem três processos produtivos de produção de palavras no PB: derivação, composição e onomatopéia.
DERIVAÇÃO SUFIXAL
A derivação apresenta 6 tipos: sufixal, prefixal, parassintética, conversiva, siglada e truncada.
A sufixada, ou sufixação, pode ser caracterizada como um tipo de derivação que consiste na anexação de um sufixo a uma base.
Sufixo: é uma forma recorrente, que se coloca à direita da base. O sufixo se distingue da base pelo fato de não apresentar siginificação e/ou função própria, independente.
Para definir se um lexema apresenta sufixo ou não, basta verificar se à terminação da palavra apaece em outras formações da línua que tem o mesmo significado/função.
. Sufixos homófonos: são sufixos que apresentam a mesma sequência fonética mas sentidos e/ou funçoes diferentes
. Sufixos concorrentes: são aqueles que, embora distintos sob o ponto de vista fonético, apresentam o mesmo sentido e/ou função. Para serem concorrentes, as bases e os produtos precisam pertencer à mesma categorial lexical.
. Sufixos alomorfêmicos: "quando se dá o nome de morfema à unidade significativa minima, chamam-se alomofes as variantes desse morfema em função do contexto".

O surgimento de um novo vocábulo

Ao que se diz respeito a criação de novas palavras no PB, algumas questões se fazem pertinentes:
- Por que se formam novas palavras?
1)por exigências do sistema linguistico (função de mudança categorial)
2)por influência do sujeito-falante (função expressiva de avaliação): é o que se dá com os sufixos afetivos, enfáticos e intensificadores.
3)pelo papel das funçoes semânticas (função de rotulação): ou seja, da necessidade de dar nome às coisas, às ações, aos lugares, etc...
- Quando se formam novas palavras?
FORMAÇÃO ESPORÁDICA: pode ser definida como uma palavra complexa nova, criada pelo falante/escritor, sob o impulso do momento, para satisfazer alguma necessidade imediata. Ela pode deixar de ser esporádica a partir do momento em que o item se torna familiar a uma comunidade linguistica.
FORMAÇÃO INSTITUCIONALIZADA: uma RPF pode institucionalizar-se, isto é, tornar-se familiar a um grupo de individuos. Isso pode ocorrer algumas palavras devido a alguns fatores:
a)prestigio do criador da palavra
b) "ajuda" da midia na disseminação da nova palavra
c) relevância
d) necessidade (exigências históricas, culturais, paradigmáticas...)
- Como se formam novas palavras?
As regras morfológicas podem ser de 2 tipos:
Condições de produtividade: uma regra deve ser especificada em todas as suas caracteristicas, quer quanto à base (categorização, subcategorização, constituição morfológica, traços semânticos), quer quanto ao produto (idem).
Condiçoes de produção: precisa ser um elemento concreto. Ou seja, satisfazer os fatores de ordem pragmática e discursiva.

Morfologia: O léxico

No léxico dos falantes encontram-se todas as estruturas conhecidas de sua lingua. Porém, deve-se considerar que a lista de itens que constituem esse lexico ocorrem morfemas(pedaços das palavras) ou lexemas (palavras prontas)?
É preciso cosiderar que o falante conhece não apenas o morfema isolado, mas também, separadamente, os produtos das combinaçoes entre os morfemas. Surge então a hipotese de que também fazem parte da lista os lexemas, além dos morfemas.
Mas não somente essas. O falante também é capaz de reconhecer outras estruturas:
. Lexemas puros: palavras primtivas como mar, livro, café, cedo, sempre...
. Lexemas complexos: derivam de outras palavras como livreiro, reler, guarda-roupa...
. Vocábulos deiticos: são, na sua maioria, advérbios e palavras que idicam pessoas gramaticais como eu, nosso, lá, algum...
. Formas dependentes: é autonoma, embora nunca apareça isolada, podenso se separar livrimente daquela a que se associa na enunciação ou mudar de posição em relação a ela, como por exemplo, as preposiçoes e as conjunçoes.
. Bases presas: como hidro-, geo-, agro-...
. Afixos: que podem vir antes do radical (prefixo) ou depois (sufixo)
POLISSEMIA
Caracteriza-se pelo fato de que uma palavra pode sofrer adaptações semânticas às diversas circunstâncias em que é usada sem, contudo, deixar de se ligar a um sentido básico inicial.
ex.: banco de dados, banco de sangue, banco central, banco da praça. (banco= lugar em que se deposita algo)
HOMOFONIA
Propriedade de duas ou mais formas, inteiramente distintas pela significação ou função, terem a mesma estrutura fonológica, ou seha, possuem a mesma forma porém sentidos diferentes.
ex. Manga (da camiseta), manga (fruta).
Sendo assim, essas formas aparecem como entradas lexicais distintas no lexico do falante, diferentemente dos casos de polissemia.
EMPRÉSTIMO
Considera-se uma forma linguistica como um emprestimo sob o ponto de vista sincronico se essa forma apresentar um fonema ou uma sequência de fonemas estranhos ao sistema fonologico do português.
HIBRIDISMO
São palavras hibridas aquelas que se formam de elementos tirados de línguas diferentes.

Semiotica - Nivel discursivo

SEMÂNTICA DISCURSIVA
"Os valores assumidos pelo sujeito da narrativa são, no nivel do discurso, disseminados sob a forma de percursos temáticos e recebem investimentos figurativos. A disseminação dos temas e a figurativização deles são tarefas do sujeito da enunciação. Assim procedendo, o sujeito da enunciação assegura, graças aos percursos temáticos e figurativos, a coerência semântica do discurso e cria concretização figurativa do conteudo, efeitos de sentido sobretudo de realidade"
Temos, então, que todo texto possui temas (categorias que organizam, categorizam, ordenam os elementos do mundo e figuras (todo conteudo que tem um correspondente perceptivel no mundo). Assim, a predominancia de figuras ou temas fará do texto , respectivamente, um texto figurativo (criam um efeito de realidad, pois constroem um simulacro da realidade, representando o mundo) ou um texto temático (procura explicar a realidade, classificar e ordenar a realidade significante, estabelecendo relaçoes e dependências. São feios para explicar o mundo e por isso tem uma função interpretativa).
O encadeamento de figuras formará o percurso figurativo, o qual reveste o percurso temático (encadeamento de temas).
SINTAXE DISCURSIVA
"O sujeito da enunciação faz uma série de opçoes para projetar o discurso, tendo em vista os efeitos de sentido que deseja produzir. Estudar as projeções da enunciação é, por conseguinte, verificar quais são os procedimentos utilizados para construir o discurso e quais os efeitos de sentido fabricados pelos mecanismos escolhidos. "
Há 2 efeitos básicos produzidos pelos discursos com a finalidade de convencerem de sua verdade, são o de proximidade ou distanciamento da enunciação e o de realidade ou referente.
EFEITO DE PROXIMIDADE OU DE DISTANCIAMENTO DA ENUNCIAÇÃO
O efeito de proximidade é criado através do uso de debreagem enunciativa. Ou seja, instaura-se um eu/tu, aqui e agora, passando o efeito, portanto, de subjetividade.
O efeito de distanciamento é criado através da debreagem enunciva que se utiliza de um ele, no tempo então e no espaço , passando a ilusão de objetividade.
EFEITO DE REALIDADE OU REFERENTE
Os efeitos de realidade decorrem, em geral, da debreagem interna. Quando, no interior do texto, cede-se a palavra aos interlocutores, em discurso direto, constrói-se uma cena que serve de refernte ao texto, cria-se a ilusão de situação real de dialógo.
Para reforçar essa ilusão, há também o recurso semântico denominado ancoragem: trata-se de atar o discurso a pessoas, espaços e datas que o receptor reconhece como reais ou existentes.
...
REFERÊNCIA
BARROS, Diana Luz Pessoa de. TEORIA SEMIÓTICA D OTEXTO, 1999. Editora ática.
FIORIN, José Luiz. ELEMENTOS DE ANÁLISE DO DISCURSO, 2008. Editora contexto.

Semiotica - Nivel narrativo

A narratividade é um componente presente em todos os tipos de textos, mesmo aqueles que não são narração. Temos, portanto, uma parte do PGS que poderá ser divido em sintaxe e semântica.
SINTAXE NARRATIVA
Há dois tipos de enunciados elementares:
a) enunciados de estado: são os que estabelecem uma relação de junção (disjunção) ou (conjunção) entre um sujeito e um objeto
b) enunciados de fazer: são os que mostram as transformações, os que correspodem à passagem de um enunciado de estado para outro. Ocorre para isso o uso de programas narrativos.
PROGRAMA NARRATIVO: Uma narrativa complexa estrutura-se numa sequencia canônica, que compreende quatro fases: a manipulação, a competência, a performace e a sanção.
1) Manipulação: um sujeito age sobre outro para levá-lo a querer e/ou dever fazer alguma coisa. Existem inumeros tipos de manipulação, entre eles: a tentação ( o manipulador propõe ao manipulado uma recompensa com a finalidade de levá-lo a fazer algo), a intimidação (o manipulador usa-se de ameaças), a sedução (o manipulador leva a fazer manifestando um sentido positivo sobre a competência do manipulado) e provocação (o manipulador leva a fazer manifestand um juizo negativo sobre a competência do manipulado).
* Deve-se lembrar que o manipulador e o manipulado podem ser figurativizados por um mesmo persaneagem no nivel discursivo
2) Competência: o sujeito que vai realizar a transformação central da narrativa é dotado de um saber e um poder fazer.
3) Performace: é a fase em que se dá a transformação (mudança de um estado a outro) central da narrativa. Ou seja, é o fazer propriamente dio.
4) Sanção: ocorre a contatação de que a performace se realizou e, por conseguinte, o reconhecimento do sujeito que operou a transformação. Eventualmente, nessa fase, distribuem-se premios e castigos (não obrigatório).
Nesse julgamento ocore a interpretação veridictória os estados resultantes do fazer do sujeito.
Quadro veredictório de modalização do ser:

O narrador pode organizar as diversas fases da sequência canônica de diferentes maneiras. Elas então não precisam necessariamente aparecer nessa ordem. Como elas se encadeiam em função de relaçoes de pressuposição, o leitor vai apreendê-las corretamente.
SEMÂNTICA NARRATIVA
É na semântica narrativa que se depreendem os sujeitos e suas paixoes, assim como os objetos e seus tipos. Numa narrativa, aparecem dois tipos de objetos: modais e de valor. Os primeiros são o querer, o dever, o saber e o poder fazer, são aqueles elementos cuja aquisição é necessária para realizar a performace inicial. Os segundos são os objetos com que se entra em conjunção ou disjunção na performace principal. Dizendo de outra forma, o objeto modal é aquele necessário para obter outro objeto. O objeto valor é aquele cuja obtenção é o fim ultimo do sujeito.
Outro elemento a ser depreendido é a paixão do sujeito. As paixões, do ponto de vista da semiótica, entendem-se como efeitos de sentido de qualificações modais que modificam o sujeito de estado. É aquilo que move o sujeito.
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REFERÊNCIA
BARROS, Diana Luz Pessoa de. TEORIA SEMIÓTICA D OTEXTO, 1999. Editora ática.
FIORIN, José Luiz. ELEMENTOS DE ANÁLISE DO DISCURSO, 2008. Editora contexto.

Semiotica - Nivel fundamental

No nivel fundamental tem-se uma oposição semântica única, em que aparecem dois termos contrários que se organizam dentro de um mesmo eixo semântico e no qual não haja exclusão entre eles, como se fossem dois polos. Essa oposição deverá sustentar todo e qualquer sentido dentro do texto, ou seja, deverá englobar todas as demais.
Por ex.: /vida/ x /morte/, pode ser considerada o oposição semântica de um determinado texto uma vez que esses termos não se excluem.
Deve-se também atribuir valores a esses termos que podem ser eufóricos (+) ou disfóricos (-), isto é, positivos ou negativos. Essa valoração, entretanto deve ser feita a partir do sentido do texto, logo a valoração, no exemplo, de vida como euforico e morte como disforico pode não ocorrer em um determinado texto em que se valorize a morte em detrimento da vida.
Feito isso, deve-se montar o quadrado semiótico do nivel fundamental que se configura como:
Assim, teriamos no exemplo:
vida e morte como contrários, vida/ não-vida e morte/ não-morte como contraditórios (poque se exlcuem) e não vida implicando em morte e não-morte implicando em vida (pois se completam).
Tudo o que foi dito acima se enquadra na semântica fundamental (isso porque o texto se divide semanticamente e sintaxicamente em todos os niveis).
Já quanto a sintaxe fndamental temos:
1) afirmação de /a/
2) negação de /a/
3) afirmação de /b/
Ou seja, um texto pode começar afirmando um dos termos da oposição semântica para depois nega-lo e afirmar o outro. Ex.:
1) afirmação da /vida/
2) negação da /vida/
3) afirmação da /morte/
A semântica e a sintaxe do nivel fundamental representam a instância inicial do PGS e procuram explicar os niveis mais abstratos da produção, do funcionamento e da interpretação do discurso.
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REFERÊNCIA
BARROS, Diana Luz Pessoa de. TEORIA SEMIÓTICA D OTEXTO, 1999. Editora ática.
FIORIN, José Luiz. ELEMENTOS DE ANÁLISE DO DISCURSO, 2008. Editora contexto.

Semiótica (?)

A semiótica se mantêm como uma corrente dentro da linguistica, a qual tenta descrever o nivel semantico. Dentro da semiotica pode-se pensar em outras correntes, porém aquela que será tratada aqui será a semiotica Greimasiana (de Algirdas Juliem Greimas).
A partir dela tenta-se estabelecer os sentidos que estão presentes em um texto que é constituido por um plano de expressão e um plamo de conteudo. O plano de expressão (PE) é a materialidade do texto, ou seja, o nivel da manifestação, enquanto que o plano de conteudo (PC) é abstrato. Essa relação PE/PC é interdependente, isto é, uma não existe sem a outra. Porém, focaremos aqui apenas a parte do PC.
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PLANO DE CONTEUDO
Se divide em três niveis que gradativamente vão diminuindo o grau de abstração:
1) nivel fundamental: o mais abstrato, simples e geral
2) Nivel narrativo
3) Nivel discursivo: o menos abstrato, mais complexo e especifico
Todos esses niveis se estabelecem na base da interdependência, assim não são camadas que se iniciam ao termino da anterior, mas sim planos que dependem um do outro para a construção do percurso gerativo do sentido (PGS).
Para fins didaticos, entretanto, estudaremos esses niveis separadamente.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Conceitos básicos da morfologia gerativa

A morfologia gerativa postula alguns conceitos, a saber:
- Gramática subjacente
Uma língua possui as suas estruturas e há algumas regras que devem ser seguidas se alguem quer se comunicar nessa língua.
Nós possuimos, portanto, em nosso cerebro, uma gramática internalizada, implicita, subjacente, que sabemos manejar adequadamente, intuitivamente, mas que não sabemos descrever ou explicar. Logo, esse será o objetivo do gerativismo na morfologia lexical.
- Competência lexical
Por competência lexical entende-se o conhecimento que o falante tem do léxico de sua língua.
Conhecer uma língua é saber usa-lá, tanto para produzi-lá quanto para entende-lá. Conhecer o léxico significa saber usar os itens lexicais e poder estabelecer relações entre eles.
Está incluso na competência lexical do falante:
-> o conhecimento de uma lista de entradas lexicais
-> o conhecimento da estrutura interna dos itens lexicais, assim como relações entre vários itens
-> o conhecimento subjacente à capacidade de formar entradas lexicais gramaticais novas e rejeitar as agramaticais.
[ITEM LEXICAL: forma linguistica que o falante conhece e utiliza]
As relações das entradas lexicais constitui o léxico de uma língua. As palavras, as formas presas e os afixos (dentre outros elementos) constituem a lista de entradas lexicais da língua.
- Regras morfológicas e regras sintáticas
O conhecimento que o fante tem do lexico de sua lingua lhe facultará uma série de generalizações a respeito desse léxico.
-> Formação de novas palavras: feita a caracterização da base (palavra primitiva) e do produto (nova palavra) tem-se a regra morfológica. Constitui uma das tarefas da morfologia gerativa a explicação das regras morfológicas do português, sendo que esssas se deiferem nitidamente das regras sintáicas:
. Hipotese lexicalista: a estrutura interna das palavras não é estabelecida por principios sintáticos, nem mesmo acessivel a esses principios.
. Probabilidade de ocorrência: Uma vez acionada a regra sintatica, uma sentença será criada. A existência da sentença será, porém, efêmera, ou seja, uma vez criada, ela desaparece, servindo apenas para uma comunicação especifica e imediata. Uma prova disso é a inexistência de um dicionário de frases, por exemplo.
Com a regra morfologica isso não ocorre. Há um "congelamento" da palavra: uma vez registrada como palavra, ela toma, pelo menos potencialmente, uma existêmcia lexical comcomitantemente idependente.
O resultado natural desse "congelamento" é que as palavras passam a ter uma existência autônoma, ou seja, elas passam a ser repetidas pelos usuários independentemente do acionamento de regras. Isto é, não há a aplicação dessas regras sempre que algume fale. São regras que se utilizam uma só vez (once-only rules)
Porém, há também certas formações que chamamos de formações esporádicas, ou seja, tem existência passageira.
- Regras de análise estrutural (RAEs) e Regras de formação de palavras (RFPs)
RAE: o falante é capaz de analisar a estrutura das palavras derivadas, pelo fato de saber, por exemplo, que preparação "vem" de preparar, que fingimento "vem" de fingir, etc.
Formamente temos então: [[X] a] Y]b, onde X representa a palavra primitiva (base), a representa a classificação gramatical da base, Y representa o sufixo a ser anexado a essa base para formar o produto e b representa a classificação gramatical do produto.
Assim a RAE de preparação seria: [[preparar]v -ção]s
RFP: ao produzir novos itens lexicais, como "apelidador", "mochilada", etc, o falante estará fazendo uso de uma RFP, que pode ser formalizada da seguinte maneira:
[X]a --> [[X]a Y]b
Uma RFP é estabelecida com base em realções paradigmáticas.
Toda RFP corresponde a uma RAE. Ao criar uma palavra nova ou ao interpretar um novo item lexical, o falante demonstra conhecer a estrutura do item recém-criado.
- Produtividade lexical
Na língua frequentemente aparecem novas formações, ou seja, na linguagem coloquial, formal, literária, cienifica, enfim, em qualquer modadlidade de linguagem é possivel deparar com formações não ouvidas ou escritas antes. Trata-se de itens não familiares. A essa possibilidade de surgimento de novos itens lexicais na língua dás-se o nome de produtividade.
Por essa razão é tão dificil de responder à perguna : "Tal palavra existe?".Os dicionários deixam de assinalar vários termos familiares a uma comunidade linguistica e do mesmo modo, registram palavras que não se usam mais (arcadismo). Sob o ponto de vista exclusivamente cientifico, é dificil definir se uma palavra existe ou não em uma língua.
. Transgressão sufxal: palavras impossiveis de serem criadas. Ex.:
Luz (substantivo) + -dor + *luzdor
Existem palavras possiveis, sob o ponto de vista da RFP, mas que são rejeitadas pelos falantes por algum motivo, como por exemplo, "fabricador" que é bloqueada por "fabricante"
. Inércia morfológica: existem palavras possiveis, sob o ponto de vista da RFP, porém as pessoas não as utilizam simplesmente porque eles não existem, mas nada impede que eles sejam acionados a qualquer momento. Ex.: (?) maracujada
*veremos esses conceito profundamente mais adiante.
. Palavras reais: institucionalizadas, familiares a uma comunidade linguistica mas não dicionarizadas por serem ecém-formadas. ex.: malufar, twitar...
- existem palavras que, apesar a dicionarização, não são conhecidas doe uma comunidade linguistica, ou por serem arcaismos ou por serem regionalismos, ou por serem palavras restritas a um grupo de falantes ou uma profissão.
- existem as palavras reais, que fazem parte efetiva de uma comunidade linguistica, ou seja, de sua lista de entradas lexicais, independente de constar ou não nos dicionários.


Morfologia gerativa

Como vimos anteriormente, existem na linguistica várias correntes de pensamentos ou escolas diferentes. Nos posts anterioremos de morfologia, estudou-se a morfologia segundo o estruturalismo. A partir de agora, veremos essa diciplina pelo ponto de vista do gerativismo.
Primeiramente, deve-se resgatar a história ou o quadro teorico da morfologia. Dai, resultam 4 momentos:
1) A morfologia perde espaço para a fonologia e passa a ser tratada como fonologia lexical. Nesse momento a sintaxe era cega à estrutura interna da palavra, às operações lexicais. A consequencia a isso era que o dicionario deveria possuir todas as variações de todas as palavras!
Tem-se, entao, uma hipotese lexicalista, a qual afirma que o cerebro humano possui regras para a formação das palavras(Anderson)
2) Esse segundo momento, que data da decada de 80, é marcado pelo fortalecimento da hipotese lexicalista. A partir de então, os gerativistas passaram a ver que a morfologia flexional era importante para a sintaxe, uma vez que a partir das formas flexionadas ocorriam as concordancias nos enunciados. Assim, a divisão entre morfologia flexional (sintatico) e lexical (lexico) se acentua.
3) No terceiro momeno (decada de 90), a proposta de Anderson foi adotada amplamente pelo gerativismo.
4) Surge a teoria da otimalidade, a qual diz que a gramática particular é o resultado do ordenamento de um conjunto de principios universais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
" De acordo com o gerativismo, os mecanismos responsáveis pela linguagem são inatos, portanto, independentes de aspectos culturasi. Assim, todas as línguas são regidas por principios niversais" (Sandalo, 2001)